Estenose de JUP - Dra. Marilyse Fernandeshidronefrose (Fig 1).

Comumente ocorre durante o desenvolvimento fetal. Nesta situação decorre de um estreitamento na conexão entre o ureter e a pelve renal. Da mesma forma, em crianças mais velhas a obstrução também pode acontecer por um vaso sanguíneo posicionado sobre o ureter causando sua obstrução.

Com menor incidência tecido cicatricial, infecção e pólipo benígno podem causar a estenose da JUP. Além disso, um cálculo renal impactado na junção ureteropiélica também pode causar a obstrução.

A estenose de JUP é a doença obstrutiva mais identificada no período pré-natal!

Observada na ultrassonografia materna ao longo do segundo ou terceiro trimestres da gestação. Certamente o diagnóstico acontecerá antes do aparecimento de sintomas.

O procedimento cirúrgico para corrigir a estenose da JUP é a pieloplastia. Ou seja, a porção estreitada do ureter é removida, sendo reconstruída a junção do ureter saudável com a pelve renal.

Para permitir a passagem da urina através da região corrigida utilizamos o cateter de drenagem tipo duplo J que auxiliará durante a recuperação pós operatória.

O método cirúrgico para realização da pieloplastia padrão ouro é a cirurgia robótica.

Na cirurgia robótica, o cirurgião é auxiliado por um console e três braços robóticos que proporcionam maior precisão e delicadeza de movimentos. Além de uma recuperação cirúrgica mais rápida e com menos dor ao paciente.

Em suma, o momento exato para que a correção da estenose da JUP aconteça depende de alguns fatores e resultados de exames como veremos a seguir.

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Estenose da Junção Ureteropiélica – JUP

A junção ureteropiélica – JUP – é o local onde a pelve renal conecta-se ao ureter, tubo responsável por levar a urina até a bexiga. Quando existir um bloqueio ou estreitamento nesta região utilizamos o termo obstrução ou estenose da JUP.

Esta obstrução dificulta o fluxo de urina para a bexiga, fazendo com que a urina fique retida no rim, provocando a sua dilatação – hidronefrose (Fig 1).

Comumente ocorre durante o desenvolvimento fetal. Nesta situação decorre de um estreitamento na conexão entre o ureter e a pelve renal. Da mesma forma, em crianças mais velhas a obstrução também pode acontecer por um vaso sanguíneo posicionado sobre o ureter causando sua obstrução.

Com menor incidência tecido cicatricial, infecção e pólipo benígno podem causar a estenose da JUP. Além disso, um cálculo renal impactado na junção ureteropiélica também pode causar a obstrução.

A estenose de JUP é a doença obstrutiva mais identificada no período pré-natal!

Observada na ultrassonografia materna ao longo do segundo ou terceiro trimestres da gestação. Certamente o diagnóstico acontecerá antes do aparecimento de sintomas.

O procedimento cirúrgico para corrigir a estenose da JUP é a pieloplastia. Ou seja, a porção estreitada do ureter é removida, sendo reconstruída a junção do ureter saudável com a pelve renal.

Para permitir a passagem da urina através da região corrigida utilizamos o cateter de drenagem tipo duplo J que auxiliará durante a recuperação pós operatória.

O método cirúrgico para realização da pieloplastia padrão ouro é a cirurgia robótica.

Na cirurgia robótica, o cirurgião é auxiliado por um console e três braços robóticos que proporcionam maior precisão e delicadeza de movimentos. Além de uma recuperação cirúrgica mais rápida e com menos dor ao paciente.

Em suma, o momento exato para que a correção da estenose da JUP aconteça depende de alguns fatores e resultados de exames como veremos a seguir.

Causas e Sintomas da Estenose da JUP

Quando alguma dilatação da pelve renal - hidronefrose - for identificada durante a gestação, recomenda-se que o bebê seja monitorado durante todo o período intrauterino, assim como, após o nascimento. Depois que o bebê nasce, outros estudos de imagem podem confirmar ou afastar a obstrução da junção ureteropiélica - JUP.

A partir do terceiro ou quarto ano de vida, as crianças com hidronefrose podem apresentar sintomas como dor nas costas ou região lombar,  podendo associar-se a náuseas e vômitos. Outras vezes, as únicas manifestações podem ser a presença de sangue na urina, infecção do trato urinário com febre ou apenas leve dor abdominal.

Alguns exames nos ajudam a confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade do quadro.

  • Ultrassom do aparelho urinário - permitirá ver o grau de hidronefrose, medir o diâmetro da pelve renal, a espessura e a ecogenicidade do córtex renal (Fig 2);
  • Cintilografias Renais - Estática (Fig 3) e Dinâmica (Fig 4) que nos ajudam a determinar o funcionamento e a eliminação da urina de cada rim;
  • Uro-Ressonância - fornece imagens detalhadas dos rins, ureteres e bexiga, além da avaliação do seu padrão funcional.

Outros exames como Uro-Tomografia com contraste endovenoso e Raio-x Uretrocistografia Miccional poderão ser necessários para complementação da investigação diagnóstica e programação terapêutica.

Tratamento da Estenose da JUP

Quando há o diagnóstico de hidronefrose na gestação, a família deverá procurar orientação de um profissional uropediatra para acompanhamento desde as últimas semanas de gestação, nascimento e desenvolvimento nos primeiros anos de vida e enquanto persistir o problema. A intenção principal no tratamento da estenose da JUP é a preservação da função renal.

Em algumas casos, o ultrassom do aparelho urinário demonstra importante dilatação da pelve renal - hidronefrose, apesar disso a função renal continua preservada e o rim drena a urina adequadamente. Nesta situação, acompanhamos o paciente e repetimos com frequência os estudos de imagem e função. Entretanto quando a função renal estiver comprometida ou houver retardo na excreção urinária, geralmente a intervenção cirúrgica será necessária.

O procedimento cirúrgico para corrigir a estenose da JUP é a pieloplastia. A porção  estreitada do ureter é removida, sendo reconstruída a junção do ureter saudável com a pelve renal. O cateter de drenagem tipo duplo J pode ser deixado no local para permitir que a urina passe através da região corrigida, auxiliando na recuperação pós operatória.

A pieloplastia nos bebês com poucos meses de vida, é feita por meio de uma pequena incisão, de cerca de 3-4cm, localizada na região subcostal. Para crianças a partir dos 6 meses de vida, a cirurgia minimamente invasiva - MIS - é uma opção. Ela é realizada por meio de três pequenas incisões, com cerca de 5 a 8 milímetros cada. Para crianças a partir dessa idade, a pieloplastia pode ser realizada por via laparoscópica ou assistida por robô (Fig 5 e 6).

Em comparação com a cirurgia aberta (Fig 7),as vantagens da cirugia robótica são:

  • incisões menores,
  • menor dor no pós-operatório,
  • alta mais precoce com recuperação mais rápida,
  • melhor visualização e maior delicadeza na reconstrução da junção ureteropiélica.

Todavia, a técnica minimamente invasiva não é apropriada para todas as crianças, sendo necessário que o médico assistente analise e decida caso a caso sobre a indicação de uma cirurgia robótica.

"O conteúdo destas informações foram revisados pela Dra Marilyse Fernandes. Destina-se apenas para fins educacionais e não deve substituir avaliação médica ou de qualquer outro profissional de saúde. Encorajamos a discussão de quaisquer dúvidas ou preocupações  com o/a médico/a de sua preferência e confiança".

Representação esquemática da anatomia do sistema urinário normal e em caso de Estenose da JUP

Fig 1: Representação esquemática da anatomia do sistema urinário normal e em caso de Estenose da JUP.

Fonte:https://images.app.goo.gl/pG51DiAMuCN3U4gN

Ultrassom do aparelho urinário demonstrando dilatação acentuada da pelve e dos cálices renais associada ao afilamento da cortical renal

Fig 2: Ultrassom do aparelho urinário demonstrando dilatação acentuada da pelve e dos cálices renais associada ao afilamento da cortical renal.

Fonte: imagens do autor

Cintilografia renal DMSA demonstrando distribuição do radiofármaco heterogênea no parênquima renal esquerdo, com visualização de áreas heterogêneas, com redução da concentração em seus pólo superior e notadamente no pólo inferior.

Fig 3: Cintilografia renal DMSA demonstrando distribuição do radiofármaco heterogênea no parênquima renal esquerdo, com visualização de áreas heterogêneas, com redução da concentração em seus pólo superior e notadamente no pólo inferior.

Fonte: imagens do autor

Cintilografia renal DTPA observa-se acúmulo e a concentração do radiofármaco encontra-se acentuadamente deprimidos no rim esquerdo.

Fig 4: Cintilografia renal DTPA observa-se acúmulo e a concentração do radiofármaco encontra-se acentuadamente deprimidos no rim esquerdo. Nota-se retenção do indicador radioativo em seu sistema pielocalicinal com eliminação insatisfatória após a injeção endovenosa de furosemida (curva de excreção urinária maior que 20 minutos).

Fonte: imagens do autor

Representação esquemática da pieloplastia robótica na estenose de JUP.

Fig 5: Representação esquemática da pieloplastia robótica na estenose de JUP.

Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18564236/

Robotically assisted laparoscopic pyeloplasty. BJU International, 102(1),136–151.  doi:10.1111/j.1464-410x.2008.07711.x

Representação esquemática da sala de cirurgia robótica, posição  do paciente e instrumentais cirúrgicos.

Fig 6: Representação esquemática da sala de cirurgia robótica, posição  do paciente e instrumentais cirúrgicos.

Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18564236/

Murphy et al (2008). Robotically assisted laparoscopic pyeloplasty. BJU International, 102(1),136–151. doi:10.1111/j.1464-410x.2008.07711.x

Imagem cirurgia pieloplastia aberta

Fig 7: Pieloplastia aberta

Fonte: imagens do autor

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