Válvula de Uretra Posterior - VUP - Dra. Marilyse Fernandesmalformação congênita que acomete apenas os bebês do sexo masculino e ocorre em cerca de 1 em cada 8.000 nascimentos.

Na maioria das vezes a alteração na válvula de uretra posterior ocorre ao acaso, no entanto, pode ser observada em irmãos, sugerindo um componente genético.

Geralmente, já é identificada durante a vida intrauterina pelo ultrassom, quando o bebê apresenta hidronefrose antenatal. O volume de líquido amniótico também pode diminuir em decorrência do comprometimento progressivo do funcionamento renal do bebê.

Além da dilatação de rins, ureteres e bexiga – hidronefrose, ao longo da gestação também podem ser observadas ao ultrassom materno outras consequências da obstrução urinária do bebê causada pela alteração na válvula de uretra posterior – VUP, como o espessamento da parede da bexiga, em virtude do esforço causado para a passagem da urina pela uretra (Fig. 2).

Nos casos de obstrução severa da uretra, a bexiga do bebê pode apresentar-se muito grande e com a musculatura aumentada, assumindo o aspecto ao ultrassom pré-natal de fechadura de porta – “keyhole sign”.

Devido a obstrução da uretra há aumento da pressão dentro da bexiga. Esta elevação provoca o surgimento de refluxo vesicoureteral e/ou megaureter obstrutivo secundário, o que comprometerá ainda mais o desenvolvimento e funcionamento dos rins.

O tratamento precoce é fundamental em casos de válvula de uretra posterior.

A cirurgia fetal (Fig. 4),cirurgia com o bebê ainda dentro do útero materno; poderá ser necessária em algumas circunstâncias.

No entanto na maioria dos casos de VUP, o tratamento poderá aguardar o final da gestação e a correção cirúrgica ser realizada logo após o nascimento do bebê.

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Válvula de Uretra Posterior – VUP

A válvula de uretra posterior – VUP – consiste de uma prega mucosa, em formato valvular ou membranoso, localizada na parede da uretra posterior (Fig.1). Causa obstrução da uretra impedindo a passagem da urina, em graus variados.

A VUP desenvolve-se nos estágios iniciais do desenvolvimento fetal. É uma malformação congênita que acomete apenas os bebês do sexo masculino e ocorre em cerca de 1 em cada 8.000 nascimentos.

Na maioria das vezes a alteração na válvula de uretra posterior ocorre ao acaso, no entanto, pode ser observada em irmãos, sugerindo um componente genético.

Geralmente, já é identificada durante a vida intrauterina pelo ultrassom, quando o bebê apresenta hidronefrose antenatal. O volume de líquido amniótico também pode diminuir em decorrência do comprometimento progressivo do funcionamento renal do bebê.

Além da dilatação de rins, ureteres e bexiga – hidronefrose, ao longo da gestação também podem ser observadas ao ultrassom materno outras consequências da obstrução urinária do bebê causada pela alteração na válvula de uretra posterior – VUP, como o espessamento da parede da bexiga, em virtude do esforço causado para a passagem da urina pela uretra (Fig. 2).

Nos casos de obstrução severa da uretra, a bexiga do bebê pode apresentar-se muito grande e com a musculatura aumentada, assumindo o aspecto ao ultrassom pré-natal de fechadura de porta – “keyhole sign”.

Devido a obstrução da uretra há aumento da pressão dentro da bexiga. Esta elevação provoca o surgimento de refluxo vesicoureteral e/ou megaureter obstrutivo secundário, o que comprometerá ainda mais o desenvolvimento e funcionamento dos rins.

O tratamento precoce é fundamental em casos de válvula de uretra posterior.

A cirurgia fetal (Fig. 4),cirurgia com o bebê ainda dentro do útero materno; poderá ser necessária em algumas circunstâncias.

No entanto na maioria dos casos de VUP, o tratamento poderá aguardar o final da gestação e a correção cirúrgica ser realizada logo após o nascimento do bebê.

Causas e Sintomas da VUP

Caso uma dilatação do trato urinário - hidronefrose - for identificada no seu bebê, ela deverá ser monitorada durante toda a gravidez e após o nascimento. Nos primeiros dias de vida alguns exames irão colaborar para confirmar ou afastar o diagnóstico.

Em algumas crianças, a suspeita da VUP pode ocorrer somente após o nascimento, a familia e seus cuidadores devem estar atentos diante de alguns sinais ou sintomas:

  • Jato urinário fraco;
  • Dificuldade ou esforço para urinar;
  • Frequência urinária aumentada;
  • Incontinência urinária;
  • Infecção do trato urinário.

Lembrando que esses sintomas merecem investigação, mas isoladamente não caracterizam nenhum diagnóstico. Para um diagnóstico e tratamento de sucesso, procure uma avaliação médica especializada e de confiança.

Diagnóstico e Tratamento da VUP

A investigação diagnóstica, nessa condição, consiste de exames que avaliam rins, ureteres e bexiga.

O ultrassom do aparelho urinário faz uso das ondas sonoras para avaliar as estruturas anatômicas. Isso permite identificar a intensidade da hidronefrose, a dilatação dos ureteres e a anatomia da bexiga.

O funcionamento renal também pode ser verificado pela coleta de uma amostra de sangue. Investigamos a presença de infecção do trato urinário através de uma amostra de urina.

O raio-x uretrocistografia miccional - UCGM, é de suma importância para o diagnóstico da VUP (Fig.3).

Durante este exame, um fino cateter é colocado pela uretra alcançando a bexiga. Este cateter, será usado para encher lentamente a bexiga com um contraste. Um equipamento especial de raio-x é usado para registrar as imagens durante o enchimento e esvaziamento da bexiga.

A anatomia da uretra será avaliada no momento em que a criança urinar e o contraste passar por essa região.

Nos casos de incerteza diagnóstica, podemos complementar por meio de uma avaliação endoscópica da uretra e bexiga, a cistoscopia diagnóstica.

Para tratamento alguns procedimentos podem ser bem sucedidos:

  • Cirurgia fetal (shunt vesico-amniótico, fulguração da válvula);
  • Passagem temporária de sonda vesical logo após o nascimento;
  • Ressecção endoscópica da válvula de uretra;
  • Vesicostomia, técnica cirúrgica, geralmente temporária, que permite conectar a bexiga urinária e a pele da parede abdominal para facilitar a drenagem da urina;
  • Ureterostomia, técnica cirúrgica, geralmente temporária, que permite comunicar o ureter com a pele da parede abdominal, facilitando a drenagem da urina;
  • Cateterismo vesical noturno é realizado em casa, pela família;
  • Uso de medicações, como os anticolinérgicos e os alfa-bloqueadores, para melhora do funcionamento da bexiga e do esfíncter uretral.

"O conteúdo destas informações foram revisados pela Dra Marilyse Fernandes. Destina-se apenas para fins educacionais e não deve substituir avaliação médica ou de qualquer outro profissional de saúde. Encorajamos a discussão de quaisquer dúvidas ou preocupações  com o/a médico/a de sua preferência e confiança".

válvula de uretra posterior

Fig 1: Representação esquemática do trato urinário e da válvula de uretra posterior.

Fonte : Cleveland Clinic 

válvula de uretra posterior

Fig 2: Representação esquemática das consequências da obstrução do trato urinário em decorrência da  válvula de uretra posterior.

Fonte : posterior-urethral-valves-illustration.png

Exame raio-x uretrocistografia com válvula de uretra posterior

Fig 3: Exame  diagnóstico raio-x uretrocistografia (UCGM) com achados típicos de VUP, como a dilatação da uretra posterior, hipertrofia do colo vesical e bexiga pequena e trabeculada.

Fonte: próprio autor.

cirurgia fetal válvula de uretra posterior

Fig 4 - Cirurgia fetal - derivação vesico-amniótica.

Fonte: Cirurgia fetal na obstrução do trato urinário inferior (LUTO)

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