Você sabia que a urina pode, em alguns casos, seguir o caminho inverso e retornar para os rins? O refluxo vesicoureteral (RVU) é essa condição em que o fluxo urinário, em vez de sair da bexiga, volta para os ureteres e, nos casos mais graves, até os rins.
Embora comum em crianças, o RVU pode trazer complicações sérias, como infecções urinárias recorrentes e danos renais, se não for diagnosticado e tratado adequadamente.
Conhecer os sintomas, compreender as causas e buscar ajuda especializada são passos essenciais para garantir o bem-estar da criança e prevenir problemas futuros.

O que é refluxo vesicoureteral?
O refluxo vesicoureteral ocorre devido a uma falha no sistema valvular que separa a bexiga dos ureteres. Essa válvula, que normalmente impede o retorno da urina, pode não funcionar corretamente devido a malformações congênitas ou alterações adquiridas.
Em condições normais, os rins filtram o sangue e produzem urina, que é transportada pelos ureteres até a bexiga e eliminada pela uretra. No RVU, esse fluxo é interrompido, permitindo que a urina volte, causando pressão nos rins e aumentando o risco de infecções.
O RVU é classificado em graus de I a V, sendo o grau I o mais leve e o V o mais grave. Essa classificação ajuda os médicos a determinar o tratamento mais adequado para cada caso.
Sintomas do refluxo vesicoureteral
Os sinais do refluxo vesicoureteral podem variar de sutis a evidentes, dependendo da gravidade da condição. Fique atento a sintomas como:
Infecções urinárias recorrentes
Crianças com RVU costumam apresentar infecções do trato urinário (ITUs) frequentes, que podem causar febre, irritabilidade e cheiro forte na urina.
Dor ao urinar ou dor abdominal
Queimação ao urinar e dores na parte inferior do abdome ou nas laterais podem indicar complicações nos rins associadas ao refluxo.
Mudanças na frequência urinária
Episódios de incontinência urinária noturna, retenção de urina ou aumento na frequência de micções são sinais que merecem atenção.
Esses sintomas muitas vezes são os primeiros indicadores de que algo está errado no sistema urinário e não devem ser ignorados.

Diagnóstico do refluxo vesicoureteral
O diagnóstico do RVU é realizado por meio de exames de imagem que avaliam o sistema urinário e identificam o refluxo.
Exames de imagem
Ultrassonografia
Método não invasivo que detecta alterações anatômicas, como dilatações nos rins ou ureteres. Embora não diagnostique diretamente o RVU, é o primeiro passo para investigar problemas urinários.
Cintilografia renal
Avalia a função renal e identifica cicatrizes causadas por infecções urinárias recorrentes, mostrando o impacto do refluxo nos rins. Durante o exame, uma pequena quantidade de material radioativo é injetada na corrente sanguínea, e uma câmera especial detecta a radiação emitida pelos rins, produzindo imagens detalhadas.
Uretrocistografia miccional (UCM)
Considerada o padrão-ouro para diagnosticar RVU, a UCM permite observar o fluxo da urina enquanto a criança urina, determinando o grau do refluxo e orientando o tratamento.
Nesse procedimento, um cateter é inserido na uretra da criança, e a bexiga é preenchida com um líquido de contraste.
Em seguida, são realizadas radiografias enquanto a criança urina, permitindo observar o retorno do contraste para os ureteres e rins.
Embora a UCM seja um exame mais invasivo, ela oferece informações detalhadas sobre o funcionamento da bexiga e a presença de refluxo. Esse exame permite classificar o RVU em graus, que variam de I a V, sendo o grau I o mais leve e o V o mais grave, o que ajuda a definir o tratamento adequado para a criança.

Esses exames fornecem uma visão detalhada do sistema urinário, essencial para planejar intervenções personalizadas.
Tratamento disponível para refluxo vesicoureteral
O tratamento do RVU¹ depende da gravidade do refluxo e dos sintomas apresentados.
Opções de tratamento conservador
- Monitoramento regular: refluxos leves (graus I a III) podem melhorar com o crescimento da criança. Durante esse período, são realizados exames periódicos para garantir a saúde renal.
- Antibióticos profiláticos: doses baixas de antibióticos podem prevenir infecções até que o refluxo se resolva naturalmente.
- Fisioterapia pélvica: indicada para tratamento de quadros de disfunção miccional associada.
- Laxativos: a constipação intestinal aumenta a chance de ocorrer infecção urinária.
Intervenções cirúrgicas
Nos casos graves (graus IV e V), ou quando o tratamento conservador não é eficaz, a cirurgia pode ser necessária. As opções incluem:
- Injeção endoscópica: procedimento minimamente invasivo que utiliza um material de reforço para impedir o retorno da urina.
- Reimplantação dos ureteres: corrige o refluxo ao reposicionar os ureteres na bexiga. Pode ser realizada por cirurgia convencional, laparoscópica ou por robótica.
Essas técnicas têm altas taxas de sucesso, protegendo os rins de danos permanentes e proporcionando uma recuperação completa.

Refluxo vesicoureteral: a importância do cuidado especializado com a Dra. Marilyse Fernandes
O refluxo vesicoureteral é uma condição que exige atenção e tratamento adequados para proteger a saúde renal das crianças e evitar complicações graves, como infecções recorrentes e danos permanentes aos rins. A abordagem especializada da Dra. Marilyse Fernandes combina sua vasta experiência em uropediatria com um cuidado personalizado e sensível, garantindo um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
Com uma trajetória dedicada à saúde urológica infantil, a Dra. Marilyse entende que cada criança é única. Por isso, seu compromisso vai além do tratamento técnico: ela busca oferecer segurança e acolhimento, tanto para a criança quanto para os pais, em cada etapa do processo.
Se você notar sintomas como infecções urinárias frequentes ou mudanças na rotina urinária da criança, procure ajuda especializada. Agende uma consulta com a Dra. Marilyse Fernandes e ofereça ao seu filho o cuidado que ele merece. Juntos, podemos transformar desafios em saúde e qualidade de vida.
Referências:
¹: Brazilian consensus on vesicoureteral reflux–recommendations for clinical practice