Promover a autonomia da criança é bem diferente de deixá-la livre para fazer o que bem entender ou, tampouco, forçá-la a crescer antes do tempo. Trata-se, na verdade, de oferecer ferramentas para que ela comece a fazer suas escolhas com responsabilidade e consciência e, assim, se desenvolva da melhor forma possível.
Tudo isso, sob a supervisão dos pais ou responsáveis, que com o auxílio inicialmente do pediatra, devem estar atentos aos padrões de comportamentos típicos para o desenvolvimento em cada faixa etária no que diz respeito às habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e psicológicas.
Neste artigo, vamos mostrar como ocorre esse processo e como os adultos podem ajudar num momento tão construtivo. Acompanhe!
Quando a autonomia pode começar a ser estimulada?
A partir dos 2 anos de idade a criança já começa a reivindicar mais autonomia. Nessa fase os pais devem fixar limites, mas dando uma certa independência.
É preciso entender que, ao expressarem suas vontades, os filhos não estão sendo teimosos, mas se desenvolvendo de forma normal e saudável. Por isso, os adultos devem ajudar na aquisição do autocontrole e de novas competências.
Uma forma simples e eficaz de agir nessa etapa é por meio dos exemplos, pois as crianças aprendem pela observação. Ou seja, os comportamentos dos mais velhos servem de referencial sobre o que é, ou não, aceitável.
Como colaborar com uma maior autonomia, na prática?
A autonomia é importante para que a criança consiga resolver questões, desafios e conflitos com base no que lhe foi ensinado. Para chegar lá, deve-se proporcionar situações, no dia a dia, que a estimule a buscar saídas, mas sempre dentro de limites seguros. Por exemplo:
- Com 2 anos, em média, explique que ela pode pedir para fazer xixi ou cocô e comece a ajudá-la a tirar a fralda;
- Aos 3 anos, após o desfralde e por toda a infância, para que a criança adquira hábitos miccionais e evacuatórios corretos é fundamental a monitoria dos cuidadores em relação à idas ao banheiro a cada duas horas seguida pela ingestão de líquidos, além de estimular a evacuação após café da manhã ou almoço evitando o adiamento deste ato, estabelecendo assim, rotina evacuatória e miccional;
- Aos 4 ou 5 anos, permita que tome banho sozinha, mas com um responsável por perto (para checar a temperatura da água, por exemplo, e a higiene do genital),e que arrume sua cama (ainda que à sua maneira);
- A partir dos 6 anos, deixe-a amarrar os tênis e a começar a cuidar da própria higiene bucal, mas sob supervisão (principalmente, antes da escovação noturna);
- Por volta dos 9 anos, permita que escolha o lanche do recreio, mas orientando sobre a importância de comer de maneira saudável;
- Com 12 anos, mais ou menos, autorize sua ida (a pé e sozinha) a locais próximos e cujos percursos são conhecidos (como à escola ou à casa dos avós).
Quais são os benefícios da autonomia para a criança?
A autonomia é umdireito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela proporciona que a criança aprenda que todas as suas escolhas têm ônus e bônus.
Nesse processo, cabe aos responsáveis orientarem a criança sobre as consequências das suas escolhas e a possibilidade de alterá-las em outras oportunidades.
Tranquilizar a criança em relação as suas escolhas é essencial para a redução da ansiedade e do estresse. Mas o impacto da autonomia sobre a saúde não para por aí. A criança que fizer boas escolhas alimentares e cuidar da higiene pessoal por vontade própria, por exemplo, terá menos problemas de saúde. Neste caso, o exemplo dos adultos ao redor é essencial para contribuir com hábitos mais saudáveis.
Assim, a autonomia da criança tem relação direta com os autocuidados. Promovê-la, por meio de estímulos adequados à faixa etária e, também, às características individuais de cada uma, é a chave para o desenvolvimento de uma pessoa saudável, autoconfiante e que respeita os outros, assim como deseja ser respeitada!
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