7 sinais de que a criança precisa ir ao uropediatra - Dra. Marilyse Fernandes

7 sinais de que a criança precisa ir ao uropediatra

Atualizado em
Por: CRM 92676 | RQE 21334

Cuidar de crianças é um trabalho de equipe — tanto que, para obter sucesso nessa missão, médicos são unânimes em reforçar a necessidade da parceria com os pais. Quando se trata de doenças urológicas, diversos sinais podem ser notados por quem convive com os pequenos no dia a dia. E, a partir dessa observação, problemas no trato urinário podem ser  descobertos e tratados precocemente, aumentando assim as possibilidades de sucesso terapêutico.

Para ficar mais claro, listamos alguns sinais de alerta merecedores da nossa atenção, porque podem significar a existência de um problema genital ou do trato urinário da criança, com necessidade de tratamento específico. Se você tem filhos e não quer que possíveis distúrbios passem despercebidos, confira!

Situações que merecem sua atenção: Será que é um problema? 

Quando os pacientes são crianças, cabe aos seus cuidadores o reconhecimento de sinais e a sua descrição, da melhor forma possível, ao médico especialista. Para exemplificar, veja 7 situações nas quais é recomendado procurar um uropediatra — mesmo que seja, apenas, para afastar suspeitas de problemas.

1. Não segura o xixi

Muitos pais acreditam que as crianças não conseguem segurar o xixi simplesmente porque tem preguiça. Entretanto, problemas mais sérios podem também provocar a incontinência urinária. Perdas de urina na roupa, desde uma grande perda ou até mesmo apenas poucas gotas, pode decorrer de problemas tais como: disfunções da bexiga de origem neurogênica ou funcional como bexiga hiperativa, infecção do trato urinário, malformação congênita como posição do ureter fora da bexiga, obstrução da uretra por uma válvula, entre outros.  

A enurese é uma situação clínica na qual a criança, após completar cinco anos de vida, ainda não consegue enquanto dorme, segurar a urina ou acordar para ir ao banheiro urinar.  Causa intenso stress para a família e às vezes até é motivo para ocorrência de maus tratos com a criança. Geralmente decorre de uma imaturidade vesical ou cortical cerebral, mas pode eventualmente  ser a única manifestação de uma condição obstrutiva da via urinária.

2. Dificuldade para urinar , jato de urina fraco ou jato intermitente

Se a criança, ao urinar, parece fazer força com a barriga, aperta a barriga, tenta urinar, mas não consegue ou, ainda, o xixi sai escorrendo sem força ou apenas goteja.

3. Aumento ou diminuição no número de micções 

O número de micções é variável e influenciado pela idade da criança, volume de líquidos ingeridos, função dos rins e capacidade de armazenamento da bexiga. Considera-se que após a criança ter adquirido o controle do esfíncter urinário, deve apresentar entre 4 a 7 micções durante o dia.

4. Infecção do trato urinário de repetição

Diante da presença de infecção do trato urinário, principalmente quando diagnosticada em bebês, associada a febre ou em caráter repetitivo, recomenda-se a investigação detalhada e acompanhamento, para procurar se existem causas anatômicas ou funcionais responsáveis.

5. Sangue na urina

A presença de sangue na urina é chamada de hematúria. Há várias causas para hematúria na faixa pediátrica. Algumas dessas causas, não estão relacionadas com o trato urinário, como, por exemplo, após a realização de exercícios extenuantes, irritação uretral (o orifício onde a urina sai) e até por contaminação com o sangramento menstrual. Frequentemente, a hematúria aparece como um sinal isolado. No entanto, em algumas situações, a criança pode apresentar também queixas como queimação ao urinar, aumento da frequência miccional e dor lombar. Condições urológicas subjacentes são tumores do rim e bexiga, pedras nos rins, hipercalciúria, anormalidades vasculares renais, obstrução da JUP, traumas, etc.

6. Dores diversas

Dores no abdome, região inguinal, escrotal ou no pênis são motivos comuns de idas ao urologista pediátrico. Por exemplo:

  • a dor ou a sensação de ardência para urinar (também chamada disúria),ao iniciar a micção, pode ter a ver com alterações no pênis, estreitamento da uretra, infecção do trato urinário, cálculo urinário, entre outras doenças uretrais, e se ligada ao jato terminal, com doenças vesicais;
  • a dor testicular súbita e aumento do volume da bolsa testicular podem tanto ter a ver com quadros inflamatórios ou infecciosos, como com uma torção testicular ou mesmo uma hérnia, ou varicocele;
  • uma dor abdominal (inespecífica) pode ter relação com doenças urológicas obstrutivas, congênita ou adquirida principalmente quando sentida após a ingestão de líquidos.

7. Presença de dilatação do trato urinário durante a gestação

O médico uropediatra aconselha rotineiramente as famílias que recebem o  diagnóstico pré-natal de hidronefrose. A hidronefrose é a dilatação do rim, especificamente da pelve renal (local onde a urina é armazenada após sua produção). É identificada em 1 a cada 100 gestações. Isso pode resultar de uma anormalidade anatômica do trato urinário ou pode ser apenas uma variação do normal. A hidronefrose obstrutiva decorre da obstrução ao nível do rim (obstrução da junção ureteropélvica ou JUP) ou da bexiga (obstrução da junção ureterovesical ou megaureter).

Certas alterações observadas no ultrassom pré-natal podem justificar uma investigação realizada pelo uropediatra, logo após o nascimento ou eventualmente necessitar de intervenção mais precoce com um procedimento intra-útero, realizado pelo especialista em medicina fetal.

Por que procurar um uropediatra?

As crianças não são pequenos adultos. Nem sempre podem ou conseguem dizer o que está incomodando. Geralmente, não podem responder às perguntas feitas pelo médico. Além disso, pode faltar aos pequenos a paciência e cooperação necessárias durante a realização do exame médico.

O uropediatra é um profissional habituado e treinado a ouvir e cuidar das necessidades especiais das crianças e de seus pais – mesmo em assuntos potencialmente sensíveis e embaraçosos, como os relacionados à genitália e problemas de micção. Sabe como abordar as crianças e usa de práticas e maneiras próprias, para deixá-las relaxadas e cooperativas e assim conseguir examinar e tratar os pequenos. Além disso, costumam usar equipamentos especialmente projetados para crianças. Isso ajuda a criar um ambiente confortável e não ameaçador para o seu filho. 

Se o pediatra da sua confiança sugerir uma avaliação com um uropediatra, você pode ter certeza de que este profissional terá possibilidade de oferecer grande número de opções terapêuticas, treinamento extenso e abrangente, com a maior experiência no tratamento de distúrbios do trato gênito-urinário infantil.

Quais os tratamentos o uropediatra oferece?

As modalidades terapêuticas comumente promovidas pelo uropediatra incluem:

  • Avaliação e tratamento de distúrbios da micção, infecções do trato urinário e refluxo vesicoureteral.
  • Reconstrução cirúrgica do trato urinário (rins, ureteres e bexiga),incluindo anormalidades genitais, hipospádia e distúrbios do desenvolvimento sexual.
  • Cirurgia para problemas na região da virilha e escroto na infância e adolescência (testículos não descidos, hidrocele / hérnia, varicocele).
  • Avaliação e tratamento de cálculos urinários.
  • Tratamento cirúrgico de tumores e neoplasias renais, adrenais, bexiga e testículo.
  • Avaliação e tratamento de problemas do trato urinário identificados antes do nascimento (hidronefrose antenatal, válvula de uretra posterior, síndrome de Prune Belly).
  • Avaliação e gerenciamento de problemas do trato urinário como a bexiga neurogênica associados a condições neurológicas tais como mielomeningocele, síndrome de Down, doenças desmielinizantes e encefalopatia crônica.                      

Caso ainda tenha dúvidas, conte conosco: envie-as por e-mail ou WhatsApp. Se residir na região de Bauru, SP, agende uma consulta com a Dra. Marilyse Fernandes ou também por telemedicina!


Dra. Marilyse Fernandes
Publicado por: Dra. Marilyse Fernandes - Cirurgia Pediátrica - CRM 92676 | RQE 21334
A Dra Marilyse Fernandes (CRM 92676 / RQE 21334) é médica especialista em cirurgia pediátrica e robótica, dedicada à urologia infantil com experiência em hidronefrose congênita, malformações genitais e disfunções miccionais. Formada pela Universidade Estadual de Londrina, Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós Graduada em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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