A válvula de uretra posterior, conhecida pela sigla VUP, é uma malformação obstrutiva do trato urinário masculino . Ocorre em aproximadamente em 1 a cada 5.000 nascimentos, provocando dilatação de rins, ureteres e bexiga desde a vida intra-uterina. Ou seja, é identificada em cerca de 5% dos bebês que apresentam hidronefrose durante a gestação. A válvula é formada por duas pregas mucosas, localizadas na parede da uretra posterior. Durante a passagem da urina, elas se abrem assumindo um formato em paraquedas. Isso diminui o calibre do canal uretral causando dificuldade para eliminação da urina. A apresentação dos sinais e sintomas da VUP varia conforme a intensidade da obstrução uretral.
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Então vamos lá, que eu vou te explicar direitinho como investigar esse problema. A suspeita de VUP geralmente começa durante a gestação, no ultrassom obstétrico, diante de achados de hidronefrose fetalbilateral, presença de bexiga sempre cheia de urina e redução do volume de líquido amniótico.
Após o nascimento, o bebê pode apresentar sintomas como esforço e dificuldade para urinar, jato urinário fraco e infecção urinária. Algumas vezes a bexiga fica tão cheia de urina que poderá ser palpada na barriga da criança.
O primeiro exame que deve ser realizado, ainda na maternidade, é o ultrassom do aparelho urinário do bebê que irá demonstrar sinais da obstrução localizada abaixo da bexiga. É comum identificarmos dilatação do rim e ureter uni ou bilateral, bexiga de paredes espessadas e resíduo de urina após as micções.
Diante desses achados, o exame indicado é o raio-x uretrocistografia miccional, fundamental para avaliar a anatomia da uretra e da bexiga. Quer saber mais sobre como este exame é realizado e em quais situações está indicado, acompanhe as próximas publicações, estamos preparando uma matéria sobre o assunto.
Finalmente, a avaliação endoscópica da uretra e bexiga, chamada de cistoscopia, é o método que permite confirmar o diagnóstico de VUP e simultaneamente tratar o problema na maioria dos casos. Através do cistoscópio são realizadas aberturas nos folhetos da válvula, que facilitará o livre fluxo da urina pela uretra. Para tanto, é necessário disponibilidade de instrumental delicado o bastante para realizar o procedimento no recém-nascido, assim como expertise e experiência do cirurgião.
É importante destacar que atualmente com a difusão do uso seriado do ultrassom obstétrico, via de regra, o problema já é suspeitado durante a vida intrauterina. Entretanto, em algumas situações, como por exemplo diante de leve obstrução da uretra, as manifestações clínicas podem aparecer somente ao longo da infância. Por isso, meninos com sintomas miccionais como jato urinário fraco, entrecortado ou em gotas, esforço para urinar, sensação de esvaziamento incompleto da urina e incontinência urinária associados ou não a infecção urinária devem ser avaliados e investigados devido a possibilidade de apresentarem válvula de uretra posterior.
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