Como preparar a família para uma cirurgia - Dra. Marilyse Fernandes

Como preparar a família para uma cirurgia

Atualizado em
Por: CRM 92676 | RQE 21334

Como agir quando a criança precisa de uma cirurgia? A cirurgia pediátrica é uma especialidade médica que comumente lida com a ansiedade da família diante desta pergunta. Independente do  procedimento, desde os mais simples aos mais complexos, é normal que os pais de pequenos pacientes se sintam apreensivos. Neste momento, muitas vezes surpreendente, é importante se informar e positivar os benefícios pretendidos, ou seja, de que maneira a qualidade de vida da criança será impactada pela intervenção.

Sendo assim, veja como preparar toda a família para a cirurgia. Confira algumas dicas para superar os desafios da melhor forma possível!

Psicologicamente, como preparar a família para uma cirurgia? 

Quando há a necessidade de um procedimento cirúrgico em um membro da família, todas as pessoas se sentem fragilizadas e inseguras com o que pode acontecer. Há temor em relação à anestesia, aos cuidados do pós operatório, se o resultado será o esperado, se haverá a necessidade de outro procedimento a seguir. 

Algumas estratégias podem ajudar a todos. Em primeiro lugar é necessário tirar todas as dúvidas técnicas em relação ao procedimento com o cirurgião responsável. A consulta com a equipe de anestesia também é fundamental para diminuir a apreensão em relação a esta etapa.

Conversar com outras pessoas que passaram por essa experiência também pode ajudar na diminuição do estresse e no entendimento de como o processo todo acontece. Essas pessoas podem estar sentadas bem ao lado, na sala de espera do consultório, ou fazerem parte de grupos específicos, nas redes sociais. Independentemente do local, vale a pena procurá-las.

Também é importante lidar com os medos e experiências que trazemos de nossa vida. No geral, todos já passamos em algum momento por situações hospitalares e contextos nos quais o controle não estava em nossas mãos. Conversar sobre esses fatos e entender que cada caso é um caso pode minimizar o medo e gerar uma maior tranquilidade. 

Por fim, é fundamental conversar com a criança, independente de sua idade, dizer que ela passará por uma cirurgia e que após tudo terminado, caso sinta dor, haverá remédios e os resultados vão facilitar a sua vida e melhorar o funcionamento da área que está com problemas.

Em nossa clínica, pensando nesta etapa, promovemos uma consulta pré-operatória com a psicóloga que ouvirá os responsáveis identificando seus receios e, posteriormente, instruindo sobre como conversar com a criança e quais as suas responsabilidades no pré e pós operatórios.

Por que a criança deve entender a finalidade do procedimento?

Estudos mostram que conhecer o objetivo da cirurgia torna a criança mais capaz de tolerar o desconforto e a dor decorrentes da mesma. Isso minimiza o risco de ficar traumatizada e aumenta seu senso de domínio da realidade e de confiança nos pais.

Por outro lado, a falta de preparo adequado pode desencadear sintomas psico-emocionais negativos. Fobias, agressividade, ansiedade, distúrbios de fala, enurese, entre outros, são exemplos comuns.

Como explicar como será a experiência a qual será submetida?

A abordagem varia de acordo com a idade da criança, ou seja, sua forma de perceber e interpretar as informações. Para isso, é preciso considerar:

  • sua capacidade de compreensão — algo que, até os 3 anos, limita-se ao que é concreto, por isso, é interessante usar brinquedos para explicar de forma lúdica, divertida e sempre positiva, aproximando a experiência da sua realidade;
  • se passou por situações hospitalares prévias, considerando se essas deixaram marcas emocionais ou se foram bem sucedidas, servindo como modelos de superação;
  • se já enfrentou outros desafios e saiu vitoriosa, como a entrada na creche ou na escolinha, o nascimento de um ou mais irmãos, uma mudança de endereço, etc.
  • crianças maiores podem ser comparadas aos seus super-heróis dos quais gosta e incentivá-la a ter super poderes relacionados ao autocuidado e a permitir os cuidados necessários por parte dos familiares.

Outra possibilidade é ler livros ou inventar historinhas nas quais os personagens passam por cirurgias e precisam usar curativos. Isso os ajuda a lidar com o desconhecido.

Por fim, deve-se deixar claro que a família acompanhará todo o processo. Tudo isso aumenta a sensação de segurança e reduz o medo dos pequenos. 

Quais são os cuidados pré-operatórios, gerais e específicos?

Com exceção de procedimentos de emergência, todas as cirurgias exigem cuidados prévios. A boa notícia é que o pré-operatório é um período bem menos complicado do que muitos imaginam. De modo geral, recomenda-se:

  • realizar os exames quando solicitados pelo cirurgião;
  • seguir a dieta e fazer o jejum recomendados;
  • tomar a medicação prescrita, se necessária.

Já os cuidados específicos, de acordo com o tipo de cirurgia e o perfil de cada paciente, são orientados pelo médico. Para segurança e sucesso do procedimento, eles devem ser seguidos à risca, impreterivelmente.

Assim, o intuito de preparar a criança antes da intervenção é ajudá-la a encarar, da forma mais sadia possível, o que não pode ser evitado. Ainda assim, é normal que sinta medo. Porém, trata-se de uma reação adequada à realidade da experiência, sem causar pânico. Quando os pais estão confiantes e,o filho, bem orientado, a cirurgia pediátrica tem tudo para ser um processo tranquilo!

Ainda tem dúvidas sobre o tema? Então, aproveite para agendar uma consulta com a Dra. Marilyse Fernandes e tire suas dúvidas sobre a cirurgia pediátrica. O contato pode ser realizado pore-mail ouWhatsApp!


Dra. Marilyse Fernandes
Publicado por: Dra. Marilyse Fernandes - Cirurgia Pediátrica - CRM 92676 | RQE 21334
A Dra Marilyse Fernandes (CRM 92676 / RQE 21334) é médica especialista em cirurgia pediátrica e robótica, dedicada à urologia infantil com experiência em hidronefrose congênita, malformações genitais e disfunções miccionais. Formada pela Universidade Estadual de Londrina, Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós Graduada em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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