Em termos gerais, o aparelho urinário tanto do feto funciona como no adulto! É formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra.Os rins, primeiro órgão do aparelho urinário, filtram o sangue com a finalidade de eliminar substâncias inúteis e impurezas, sendo responsável pela formação da urina. A urina desce dos rins para a bexiga, através dos ureteres e após ser depositada na bexiga é eliminada do nosso organismo pela uretra, localizada na região genital. Qualquer obstrução ou malformação em um desses órgãos, poderá causar retenção da urina, dificuldade para sua eliminação e por consequência a dilatação do trato urinário.
Conhecer o funcionamento do aparelho urinário fetal é importante para conseguirmos entender quais anormalidades podem interromper o livre fluxo da urina. Em alguns casos, é nesse momento que podemos identificar problemas e agir para corrigi-los.
Durante o primeiro trimestre da gravidez, a placenta materna é responsável por fazer a maior parte do trabalho de limpeza do sangue fetal. A partir da 18a semana de gestação, o sistema urinário do bebê já está formado e capacitado para produzir urina, assumindo plenamente essa função de depuração.
Assim, o sistema urinário do bebê ao funcionar corretamente, elimina o xixi produzido
para um bolsa intrauterina, colaborando na produção e manutenção da quantidade adequada de líquido amniótico ao longo da gestação. Este líquido é fundamental para o pleno desenvolvimento dos pulmões do bebê. O líquido amniótico também cria um espaço para movimentação fetal, funcionando como uma “almofada” protetora contra compressões e traumas. Enquanto estiver dentro do útero, o funcionamento do rim do bebê será o principal responsável para garantir um volume adequado de líquido amniótico.
Aí ainda resta a pergunta… onde podemos ter problemas?
Após ser produzida no rim, a urina permanece na pelve renal por alguns momentos. Sequencialmente, a urina chega na bexiga,onde é armazenada, sendo então eliminada do corpo através da uretra. Quando houver retenção ou dificuldade para passagem e eliminação da urina em alguma região do sistema urinário fetal, ela ficará represada, causando dilatação do trato urinário, chamada de hidronefrose antenatal. A progressiva dilatação de qualquer órgão que compõe o trato urinário, produz a compressão do parênquima renal que poderá afetar, na dependência da intensidade, o funcionamento dos rins futuramente.
A hidronefrose antenatal, ou seja, dilatação do trato urinário superior diagnosticada antes do nascimento, é a mais comum das anomalias urológicas identificadas no bebê através do ultrassom obstétrico, sendo encontrada em 1% a 3% das mulheres grávidas. O ultrassom é um método não invasivo que permite identificar essa alteração ao longo do segundo e terceiro trimestres da gestação. Portanto, fique atenta aos seus exames de rotina gestacional e ao ser identificado qualquer alteração no sistema urinário procure ainda durante a gestação, orientação com um uropediatra. Ele poderá acompanhar o final da gestação e nascimento do bebê indicando e programando a conduta mais adequada em cada caso.
Para saber mais sobre este anomalias congênitas do desenvolvimento urinário fetal e entender melhor sobre como tratamos essas condições, acompanhe nosso blog e acesse nossas redes sociais.