Hérnia em recém nascido precisa operar? - Dra. Marilyse Fernandes

Hérnia em recém nascido precisa operar?

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Por: CRM 92676 | RQE 21334

Calma! Vou compartilhar algumas informações sobre esse importante assunto, causador de um grande frio na barriga das mamães e papais. Vamos lá!!

No recém-nascido, a hérnia é uma condição relativamente comum e, na maioria dos casos, não requer cirurgia imediata. No entanto, é importante que os pais estejam cientes dos diferentes tipos de hérnias e das recomendações médicas para o tratamento adequado em cada situação.

Essas são as hérnias mais comuns em crianças e um pouco sobre cada uma delas.

Hérnia Inguinal:

  • A hérnia inguinal é uma abertura anormal na parede do abdome, através da qual ocorre a passagem de conteúdos da cavidade abdominal (como alças intestinais, epíplon ou ovário).
  • Na criança é decorrente da persistência de uma estrutura embrionária, ou seja, é um problema congênito e pode se manifestar logo após o nascimento ou durante a infância.
  • A hérnia inguinal manifesta-se como uma protuberância, caroço ou inchaço na virilha ou no escroto. Afeta mais os meninos e ocorre em 1 a 5% das crianças nascidas a termo.
  • Recomenda-se neste tipo de hérnia que a correção cirúrgica seja realizada o mais breve possível após o diagnóstico.
  • Naqueles recém-nascidos muito prematuros e com baixo peso, indicamos a correção cirúrgica antes da alta para casa.
  • A razão para cirurgia precoce é devido ao significativo risco de uma complicação do quadro, o aprisionamento do intestino dentro do saco herniário.
  • Neste caso, denominado de hérnia encarcerada,  a cirurgia deverá ser realizada em caráter de emergência.
  • Esta é uma situação que aumenta a chance de complicações sérias no pós-operatório.
  • Em condições ideais, é uma cirurgia de baixo risco, realizada sob anestesia geral, com taxa de sucesso maior que 95% e o recém-nascido receberá alta hospitalar no dia seguinte à cirurgia.

Hérnia Umbilical:

  • Todos os bebês nascem com um abertura na parede abdominal na região do umbigo. Esse é o local onde os vasos do cordão umbilical passam da placenta para o bebê. No período pós-natal, esse defeito fecha espontaneamente na grande maioria das crianças. 
  • Mais frequente em meninas, afeta 6 a cada 100 crianças.
  • As hérnias umbilicais são facilmente reduzidas, ou seja, empurradas para dentro, mesmo que sejam muito grandes.  E as bordas da abertura da parede podem ser facilmente sentidas através da pele. 
  • É o tamanho do defeito da parede, e não o grau de inchaço, que indica a possibilidade de resolução espontânea do problema.
  • Em 90% dos casos, a hérnia umbilical desaparece durante os primeiros cinco anos de vida.  A indicação para cirurgia baseia-se na na presença de sintomas ou na probabilidade remota de fechamento espontâneo.
  • É uma cirurgia com baixo risco, realizada sob anestesia geral, com elevada taxa de sucesso, de curta duração, podendo receber alta no mesmo dia.

Hérnia Epigástrica 

  •  Ocorre por uma deficiência na formação da junção entre os músculos reto abdominal direito e esquerdo, possibilitando que o tecido adiposo se projete formando um caroço no local. 
  • Os principais sintomas da hérnia epigástrica incluem: Caroço ou inchaço na região acima do umbigo, que pode ser visível e palpável. Dor e desconforto na região superior do abdômen ao tossir ou levantar peso em alguns casos.
  • A hérnia epigástrica geralmente é corrigida apenas se causar desconforto ou atrapalhar a vida e as atividades normais do dia a dia. Ou seja, isso geralmente acontece quando a criança já consegue permanecer em pé, andar e realiza atividades físicas de maneira mais intensa. 
  • Em condição ideal, é uma cirurgia com baixo risco, realizada sob anestesia geral, com elevada taxa de sucesso, de curta duração, podendo receber alta no mesmo dia. 
  • Na maioria dos casos não é necessário uso de telas para correção das hérnias da infância

Portanto, embora a maioria das hérnias em recém-nascidos não exija cirurgia imediata, é fundamental seguir as orientações médicas e realizar o tratamento adequado conforme necessário. Sempre consulte um profissional de saúde habilitado para avaliar o problema e planejar a melhor maneira de correção.

Quer saber mais sobre hérnias na infância e sobre outros assuntos da uropediatria acompanhe as nossas publicações. Toda semana tem um artigo novo! Até breve!!


Dra. Marilyse Fernandes
Publicado por: Dra. Marilyse Fernandes - Cirurgia Pediátrica - CRM 92676 | RQE 21334
A Dra Marilyse Fernandes (CRM 92676 / RQE 21334) é médica especialista em cirurgia pediátrica e robótica, dedicada à urologia infantil com experiência em hidronefrose congênita, malformações genitais e disfunções miccionais. Formada pela Universidade Estadual de Londrina, Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós Graduada em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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