Meu bebê tem refluxo vesicoureteral: e agora? - Dra. Marilyse Fernandes

Meu bebê tem refluxo vesicoureteral: e agora?

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Por: CRM 92676 | RQE 21334

O refluxo vesicoureteral (RVU) ocorre quando há um fluxo anormal de urina da bexiga de volta para os ureteres, podendo atingir até os rins. Esse retorno da urina pode ser causado por uma anomalia ou imaturidade na junção ureterovesical (a válvula entre o ureter e a bexiga).

O momento exato (durante a fase de enchimento e ou esvaziamento da bexiga) em que o refluxo vesicoureteral acontece pode variar e geralmente está associado a uma disfunção nas estruturas mencionadas anteriormente. Pode ser congênito (presente desde a gestação) mas pode resolver-se espontaneamente à medida que a criança cresce. Em alguns casos, pode persistir e requerer intervenção cirúrgica.

Durante a gravidez, os exames médicos geralmente se concentram no desenvolvimento fetal e podem incluir ultrassonografias para avaliar várias estruturas, incluindo os rins. Apesar do avanço tecnológico e das inúmeras condições clínicas possíveis de serem detectadas antes do nascimento, o RVU pode não ser facilmente identificado durante a gravidez, pois as técnicas de imagem podem ter limitações na detecção desta condição específica. Um sinal indireto do RVU é o achado de hidronefrose antenatal no ultrassom morfológico realizado durante a gestação.

Diagnóstico

O diagnóstico mais preciso do refluxo vesicoureteral ocorre após o nascimento, quando são realizados exames específicos, como cintilografia renal, uretrocistografia miccional ou ultrassonografia renal do bebê, dependendo da situação clínica. A necessidade e o momento ideal de realização de cada um desses exames deve ser orientado por um especialista, visto que alguns deles são considerados invasivos e podem ser evitados no recém-nascido.

Passo a passo

Consulta médica: Se há suspeita de diagnóstico de RVU no seu bebê, é importante seguir as recomendações de um médico experiente no assunto. Conseguiremos lhe orientar sobre exames e análise clínica a fim de confirmar o diagnóstico e tratar da melhor forma esta condição.

Tratamento: O tratamento pode variar dependendo da gravidade do refluxo. Em alguns casos, o RVU pode resolver-se espontaneamente à medida que a criança cresce. Em outros casos, podem ser necessários medicamentos profiláticos ou, em situações mais graves, cirurgia.

Prevenção de infecções do trato urinário (ITU): Como o RVU pode aumentar o risco de infecções do trato urinário, é importante estar atento a sinais de infecção, como febre, irritabilidade ou mudanças na cor e odor da urina. Manter uma boa higiene, trocar fraldas regularmente e incentivar a ingestão adequada de líquidos podem ajudar a prevenir infecções. O uso de antibioticoprofilaxia é indicado em muitos casos, principalmente no primeiro ano de vida minimizando este importante risco. Além disso, nos meninos recomenda-se a realização precoce de postectomia, para tratar a fimose e assim reduzir os riscos de infecção urinária.

Acompanhamento médico regular: Seu bebê provavelmente precisará de acompanhamento médico regular para monitorar o progresso e ajustar o plano de tratamento, se necessário. 

Lembre-se de que essas são apenas informações gerais, e cada caso é único. É importante discutir detalhadamente com um urologista pediátrico, sobre o diagnóstico específico, a gravidade e as opções de tratamento para o refluxo vesicoureteral no contexto do seu bebê.

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Dra. Marilyse Fernandes
Publicado por: Dra. Marilyse Fernandes - Cirurgia Pediátrica - CRM 92676 | RQE 21334
A Dra Marilyse Fernandes (CRM 92676 / RQE 21334) é médica especialista em cirurgia pediátrica e robótica, dedicada à urologia infantil com experiência em hidronefrose congênita, malformações genitais e disfunções miccionais. Formada pela Universidade Estadual de Londrina, Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós Graduada em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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