Calma, porque nessa situação seu filho poderá ter uma vida normal, produzirá os hormônios masculinos e espermatozóides em quantidade adequada, sem afetar futuramente a vida sexual ou a possibilidade de ter filhos.
Essa condição, na qual o menino tem apenas um testículo é conhecida como monorquidia. Geralmente, isso ocorre por alguma falha durante o desenvolvimento fetal, sendo evidente desde o nascimento ou sendo adquirido ao longo da vida, devido a atrofia testicular decorrente de orquite, torção ou trauma testicular.
Mas com relação aos testículos, o que é considerado normal? Vamos lá, os testículos são os órgãos genitais internos dos meninos, sendo responsáveis pela produção de algumas substâncias como a testosterona, hormônio responsável, entre outras ações, pelo desenvolvimento genital durante a infância e adolescência. Assim como, é a estrutura onde ocorre a formação, desenvolvimento e armazenamento dos espermatozóides ao longo da vida dos meninos e homens.
A partir do 3º mês de vida, todo menino deve ter dois testículos, um de cada lado, dentro do saquinho ou escroto. Normalmente, os testículos tem alguma mobilidade, podendo por alguns breves períodos, subir até o canal inguinal, principalmente quando a região é tocada ou diante de baixas temperaturas ou risco de algum impacto no local.
Quando um ou os dois testículos não estão no saquinho é fundamental que o especialista avalie o caso para esclarecer qual é o problema e propor o tratamento correto conforme a situação. Essa condição é chamada de criptorquidia, sendo possível vários cenários:
- o testículo está fora do escroto mas é palpado ou seja localizado no canal inguinal ou região perineal;
- o testículo está dentro do abdome;
- o testículo está totalmente atrofiado sendo apenas localizado durante a cirurgia;
- o testículo é ausente;
Se testículo encontrar-se fora do saquinho, uma cirurgia chamada orquidopexia deverá ser realizada, preferencialmente até os 12 meses de vida, para preservar o funcionamento testicular e controlar o risco de desenvolvimento de câncer testicular na vida adulta.
A mensagem fundamental agora é que diante da situação em que o saquinho estiver vazio, de um ou dos dois lados, SEMPRE deverá ser avaliado por médico especialista no assunto. Lembrando que, os exames complementares como ultrassom, tomografia e ressonância são considerados métodos ineficazes para dizer se os testículos existem ou não. Comumente, apenas através de exploração cirúrgica, chegaremos a um veredito diagnóstico.
Bom, mas voltando a questão principal deste artigo, algumas informações importantes:
Desenvolvimento normal na puberdade e vida adulta:
- Na maioria dos casos, um único testículo pode funcionar normalmente e produzir espermatozóides e hormônios masculinos de maneira adequada.
Função Hormonal e Fertilidade:
- O testículo remanescente geralmente compensa a função hormonal e de fertilidade. No entanto, se houver preocupações, é aconselhável consultar um médico para avaliação e aconselhamento, geralmente após os 18 anos.
Autoexame e Conscientização:
- Uma vez que seu filho cresça, é importante educá-lo sobre a importância do autoexame testicular para detectar possíveis problemas, como o câncer testicular, que pode afetar qualquer homem.
Acompanhamento Médico:
- Faça acompanhamento regular com um médico para garantir que não haja problemas de desenvolvimento ou complicações.
Aspectos Emocionais:
- Pode ser útil conversar com um psicólogo, especialmente à medida que seu filho cresce, para ajudar a lidar com quaisquer questões emocionais ou preocupações relacionadas à sua condição.
Educação e Aceitação:
- Ajude seu filho a entender que ter apenas um testículo não afeta sua masculinidade, e é uma variação normal da anatomia humana. Educação e apoio emocional são essenciais para garantir uma boa saúde mental. Além disso, para fins estéticos, dispomos de prótese de silicone que pode ser cirurgicamente colocada no escroto.
Lembre-se de que cada pessoa é única, e é sempre aconselhável procurar orientação profissional específica para o caso de seu filho, considerando as circunstâncias individuais e necessidades médicas. Consulte um uropediatra para obter mais informações e esclarecimentos sobre a situação do seu filho.
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