Nefrectomia parcial robótica em pediatria - Dra. Marilyse Fernandes

Nefrectomia parcial robótica em pediatria

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Por: CRM 92676 | RQE 21334

A cirurgia assistida por robô já é amplamente usada em pacientes adultos e agora com a sistematização das técnicas cirúrgicas evoluiu para atender os pacientes infantis. A nefrectomia parcial robótica na pediatria, tratamento indicado para a remoção de parte dos rins, é um método que vem sendo usado com resultados exponenciais e apesar de todos os desafios enfrentados no emprego da técnica, os estudos têm registrado resultados altamente satisfatórios.

Entre os principais benefícios, destacam-se o menor sangramento intra operatório, menor tempo de isquemia renal, redução da perda do parênquima renal funcionante e menor taxa de uso de drenos, bem como o tempo de internação reduzido. Além disso, há uma considerável diminuição da dor no pós-operatório, diminuindo a necessidade de analgésicos e amenizando o desconforto do paciente.

Para os pacientes, esse avanço faz toda a diferença — afinal, quanto mais eficiente e menos invasivo for o procedimento, melhor. Continue a leitura e conheça os principais benefícios, objetivos e indicações da técnica!

O que é a nefrectomia parcial robótica?

O emprego de robôs em procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos é cada vez mais frequente. A nefrectomia parcial robótica utiliza um sistema cirúrgico, em que o cirurgião realiza o procedimento sentado em um console, controlando os braços mecânicos do robô. 

Atualmente, a técnica é considerada muito segura e eficaz. A taxa de sucesso na resolução do problema e os índices de complicações são similares à cirurgia convencional da nefrectomia parcial aberta.

Além disso, as vantagens, em relação ao método convencional,são o uso intraoperatório do ultrassom e a reconstrução das imagens dos exames em 3D. Além disso, possibilita a utilização de tecnologia de iluminação guiada por fluorescência infravermelha pela injeção endovenosa do corante indocianina verde no sistema de imagens intraoperatórias.

A indocianina é um tipo de corante com baixos efeitos colaterais. Ele não apenas ajuda a reduzir o tempo intra operatório, como facilita a identificação correta da anatomia vascular e do parênquima renal. 

Qual a indicação da nefrectomia parcial robótica para crianças?

Um estudo da Societies for Pediatric Urology (SPU),realizado entre 2009 e 2010, mostrou que, em crianças, a definição da tecnologia usada nas cirurgias de nefrectomias parciais minimamente invasivas variava de acordo com a faixa etária. Nas menores de seis anos de idade, a laparoscopia era a mais usada. Já nas maiores, predominavam as cirurgias assistidas por robô.

No entanto, apesar do método robótico ainda estar em evolução na faixa etária pediátrica, levantamentos mais recentes comprovam o emprego, cada vez maior, da nefrectomia parcial robótica inclusive em crianças pequenas. Um estudo, de 2017, publicado no International Journal of Urology mostrou que a idade média dos pacientes submetidos à cirurgia com robô variou entre 7 meses a 3 anos.

Dessa forma, a nefrectomia parcial robótica já faz parte das práticas atuais na urologia pediátrica. Esse tipo de intervenção cirúrgica é indicado para pacientes que apresentam tumor renal como tumor de Wilms,cisto renal e duplicidade pieloureteral não funcionante, com ou sem infecções do trato urinário.

Como funciona o procedimento robótico?

A indicação de retirada de parte do rim ocorrerá conforme a avaliação clínica e seguimento do paciente por  exames complementares específicos. Durante o procedimento, o paciente fica deitado com o lado afetado para cima. Trocartes de 5 a 8 mm são colocados na parede abdominal, pinças articuladas que apresentam  grande amplitude de movimentos são inseridas no abdome, elas serão controladas pelo cirurgião durante o procedimento.

Vale destacar que as pinças robóticas são capazes de fazer os movimentos com mais firmeza, precisão e delicadeza do que as mãos humanas. Em muitos centros de referências, a cirurgia robótica já substitui a laparoscopia — mesmo que  ainda os resultados cirúrgicos sejam os mesmos, na robótica o trauma é menor.

Durante o procedimento, o cirurgião controla tudo remotamente, através de um console posicionado a alguns metros do paciente. Se necessário, podem ser usados dois consoles, com dois cirurgiões. Além disso, um anestesista, um enfermeiro e um cirurgião assistente participam  diretamente do atendimento ao paciente.

Na prática, a tecnologia robótica permite ao cirurgião ter maior precisão na execução das técnicas aliada aos melhores resultados estéticos e funcionais com  procedimentos minimamente invasivos. Com isso, a permanência hospitalar é menor, assim como as taxas de  complicações no intra e no pós operatório. Como permite também que cirurgias possam ser realizadas com o médico cirurgião e o paciente em hospitais diferentes! Mas esse ainda é um passo futuro na implementação desta técnica no dia a dia. Fato é que a cirurgia robótica ganha cada vez mais espaço na medida em que oferece tamanhos benefícios.

Para oferecer o que há de melhor para seus pequenos pacientes, ao longo de 2020 a Dra. Marilyse Fernandes se dedicou à Pós-Graduação em Cirurgia Robótica em Urologia, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo a especialista, a nefrectomia parcial robótica, que já é bastante indicada para adultos, tem se mostrado muito promissora em crianças.

Para acompanhar os estudos da Dra. Marilyse, siga a especialista no Instagram e Facebook. Se está buscando avaliação individual para a saúde urológica de seu filho, envie um e-mail e tire suas dúvidas sobre a técnica!


Dra. Marilyse Fernandes
Publicado por: Dra. Marilyse Fernandes - Cirurgia Pediátrica - CRM 92676 | RQE 21334
A Dra Marilyse Fernandes (CRM 92676 / RQE 21334) é médica especialista em cirurgia pediátrica e robótica, dedicada à urologia infantil com experiência em hidronefrose congênita, malformações genitais e disfunções miccionais. Formada pela Universidade Estadual de Londrina, Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós Graduada em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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