O desfralde é uma importante etapa da autonomia infantil. Mas, por melhor que sejam as intenções, nessa hora os pais e responsáveis devem colocar as expectativas de lado, controlar a ansiedade e respeitar o ritmo de cada criança. Porém, nada impede de adotarem estratégias que ajudem a conquistar o trono com naturalidade, sem pressão.
Neste artigo, reunimos 8 dicas para facilitar a remoção das fraldas e, ao mesmo tempo, prevenir problemas futuros. Confira!
Como iniciar o desfralde?
Apesar de algumas escolas exigirem o início do desfralde quando a criança completa 2 anos, não existe uma idade certa para começar o processo. O importante é que esteja, física e psicologicamente, preparada para tirar as fraldas. Em outras palavras, que tenha pleno controle dos esfíncteres e demonstre vontade de usar o banheiro, assim como os mais velhos.
Antes disso, empurrar a fralda quando estiver cheia e avisar que precisa fazer xixi ou cocô são bons sinais. Essa pode ser uma boa hora para dar início à operação desfralde!
1. Apresente o banheiro
É bacana demonstrar, de forma lúdica, como se usa o vaso sanitário, explicando que o corpo de todo mundo necessita eliminar o que não absorveu da alimentação. Aliás, use os termos xixi e cocô, que são simples de pronunciar e facilitam a comunicação. Mostre, ainda, livros sobre o tema.
2. Compre acessórios
Escolha um bom penico ou um redutor de assento sanitário (o que seu filho se sentir mais confortável) e facilite o acesso ao banheiro. Deixe alguns brinquedos no local, para que a diversão não tenha que ser interrompida quando for usar o troninho. Além disso, é fundamental o uso de apoio para os pés ou banquinho durante as evacuações e também para as micções de meninas. Eles proporcionam uma postura correta, permitindo o relaxamento adequado do assoalho pélvico, com esvaziamento completo da bexiga e do intestino.
3. Ofereça uma alimentação balanceada
Dê frutas, verduras e legumes, alimentos ricos em fibras, bem como ofereça bastante água. Isso ajuda na formação e eliminação do bolo fecal, facilitando a evacuação.
4. Estimule a ida ao banheiro
Deve-se levar e treinar, a cada duas horas, em média, a ida da criança ao banheiro. Isso estimula seus hábitos de micção e evacuação.
5. Lide bem com os escapes
Quando os escapes acontecerem, nada de dar broncas ou usar termos negativos, como “que nojo”. Limpe sem alarde e continuem o que estavam fazendo. Demonstrar frustração pode induzir a criança a segurar a urina e as fezes, prejudicando sua saúde.
6. Crie uma rotina
Convide a criança para ir ao banheiro ao acordar, antes de dormir e várias vezes ao longo do dia. Ajude-a a se limpar até aprender a fazer a higiene corretamente, por volta dos 4 ou 5 anos, para evitar contaminações. Reforce, também, a importância de lavar as mãos.
7. Mantenha a fralda à noite
No livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, a escritora Laura Gutman afirma que “o controle diurno nada tem a ver com o controle noturno”. Segundo ela, permitir o uso da fralda à noite não confunde a criança.
Por isso, nada de retirar as fraldas enquanto a criança amanhecer molhada. Muitas vezes, há uma diferença de 1 ou 2 anos entre a aquisição do controle diurno e noturno, salienta a especialista.
8. Invista em fraldas diferenciadas para dormir
Ainda de acordo com Laura, à noite vale a pena usar fraldas que se assemelham a calcinhas e cuecas. O fato de conseguirem vesti-las sem a ajuda dos adultos aumenta a sensação de autonomia— essencial no desenvolvimento.
Como o desfralde afeta a rotina da família?
Essa fase traz muitas transformações, tanto na vida dos pais, que precisam acompanhar os filhos constantemente, quanto das crianças, que precisam aprender a reconhecer os sinais do próprio corpo e se comunicar.
Mas, é bom lembrar: é preciso atenção para que as conversas em família não fiquem restritas aos temas “xixi” e “cocô”. Senão, em vez de ser um processo natural, o desfralde se torna uma obsessão.
Por que é fundamental ter paciência?
Porque é preciso esperar as crianças estarem maduras. Segundo Laura, isso ocorre por volta dos 3 ou 4 anos de idade — ou até mais tarde. Um dia, simplesmente, “elas estarão em condições de reconhecer, reter, esperar e administrar a vontade de ir ao banheiro, sem trauma”, garante.
Por isso, o desfralde nunca deve ser forçado. Do contrário, podem surgir problemas como disfunções da micção, infecções do trato urinário de repetição, constipação, entre outros.
Muitas vezes, esses distúrbios se relacionam ao fato de a criança se esforçar além da conta para segurar urina e fezes. Isso sem falar nos danos emocionais, como aumento da timidez ou da agressividade.
Assim, se todos soubessem a importância do desfralde e o quanto acelerá-lo pode ser prejudicial à saúde, física e psicológica, da criança, certamente esse processo seria mais respeitado. Então, invista nos cuidados, siga as dicas e não tenha pressa. E se julgar necessário, leve seu filho para fazer uma avaliação médica e investigar se há algum problema no controle dos esfíncteres.
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