A cirurgia assistida por robô (cirurgia robótica) é uma tecnologia minimamente invasiva, que trouxe avanços significativos ao associar múltiplas inovações, como proporcionar maior segurança para paciente ao fornecer uma imagem tridimensional (3D) ampliada, permitindo ao cirurgião distinguir com maior precisão a anatomia das estruturas internas, filtro de movimento de possíveis tremores do cirurgião, além das pinças cirúrgicas serem flexíveis, ou seja, realizam movimentos com grau de amplitude maior do que a mão humana consegue, permitindo então executar operações delicadas e reconstruções complexas, em locais de difícil acesso.
Vários estudos comprovam que o uso da plataforma robótica para realizar procedimento em crianças é viável, seguro e eficaz, podendo ser utilizada para vários tipos de cirurgias reconstrutivas realizadas pelo uropediatra.
Entretanto, em primeiro lugar, devemos esclarecer que na urologia pediátrica conseguimos utilizar o auxílio robótico para correção de problemas nos órgãos localizados dentro da cavidade abdominal, portanto quando a anormalidade estiver no pênis ou região escrotal, não será possível usar essa tecnologia.
Além disso, outro desafio é o tamanho da criança. Necessitamos de espaço na parede do abdome, suficiente para que haja uma distância mínima de 6cm, entre os portais de entrada das pinças cirúrgicas. Isso é fundamental para que não ocorra colisão entre os braços do robô. Então, geralmente indicamos a cirurgia robótica, apenas para os bebês com peso superior a seis quilos.
Nos últimos 15 anos, os robôs têm sido gradativamente utilizados para tratamento de crianças, trazendo novas ideias e desafios aos cirurgiões pediátricos. A pieloplastia laparoscópica assistida por robôé atualmente o procedimento robótico mais aplicado na urologia pediátrica. Essa técnica é indicada para correção da estenose da junção ureteropiélica, que tem as letras JUP como sigla. Traz vantagens como menor tempo operatório que a cirurgia laparoscópica tradicional, tempo de internação mais curto, cicatrizes menores que na cirurgia aberta, menor perda de sangue e da necessidade de analgésicos e menor incidência de complicações pós-operatórias em comparação com a pieloplastia tradicional laparoscópica e cirurgia aberta. Tudo isso se traduz na prática, por maior satisfação pós-operatória e melhor qualidade de vida, para os pequeninos e sua família.
Adicionalmente, um conjunto de evidências têm demonstrado que a assistência robótica é também uma técnica vantajosa para as crianças, como já foi confirmado para os adultos, em relação a cirurgia aberta e a laparoscópica tradicional, para realização de procedimentos mais complexos tais como na nefrectomia parcial ou completa, ou seja, na retirada de parte ou de todo o rim, para tratamento de cistos, massas e tumores renais ou de unidades renais não funcionantes; no reimplante ureteral para correção de refluxo vesicoureteral;para a uretero-anastomose para reconstrução do fluxo urinário nos casos de doenças associadas à duplicidade ureteral; no tratamento de cálculos urinários complexos e nas cirurgias para reconstrução e derivação da bexiga indicadas, por exemplo, para tratamento da bexiga neurogênica.
Para saber mais sobre este universo de inovações e entender os benefícios da cirurgia robótica na urologia pediátrica, acompanhe nossos conteúdos!