Fimose - Dra. Marilyse Fernandes melhora progressiva, sendo possível facilmente tracionar o prepúcio em cerca de 90% dos meninos aos 4 anos de idade. Porém, a fimose ainda está presente em cerca de 8% dos meninos aos 6 anos de idade e de 1% dos jovens após os 16 anos.

Para compreender um pouco melhor esse processo, é importante conhecer melhor a anatomia peniana. O pênis é formado por duas partes principais, a haste ou corpo penianoe a glande, popularmente chamada de cabeça.  O pênis é recoberto em toda sua extensão por uma camada de pele, chamada prepúcio, cobrindo o corpo e a glande. Ao nascimento, o prepúcio está firmemente aderido à glande, condição chamada de aderência balano-prepucial. A separação  do prepúcio da glande se desenvolve pelo acúmulo de detritos epiteliais (chamado esmegma) e por ereções penianas.

Assim, progressivamente enquanto o prepúcio descola da glande, forma-se um material esbranquiçado e pegajoso, chamado de esmegma, decorrente deste processo. Às vezes, este material se deposita entre as camadas de pele do prepúcio e glande fusionados, de maneira a formar pequenas “pérolas brancas”. Não devem causar preocupação, porque não tem significado de algo mais sério, como uma infecção ou um cisto. O esmegma acumulado é apenas o resultado das células descamadas da pele, durante o processo de separação entre a glande e o prepúcio.

Quando o prepúcio se separar da glande do pênis, será possível tracionar/retrair o prepúcio e assim expor a glande. Nunca use a força para retrair o prepúcio. Isso pode provocar dor e sangramento, além de levar ao desenvolvimento de cicatrizes no prepúcio e trauma psicológico para a criança.

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Fimose

A fimose é a incapacidade ou a dificuldade para tracionar o prepúcio e conseguir expor a cabeça do pênis, denominada de glande. A fimose pode ser identificada pelo estreitamento ou inelasticidade do anel visível na pele da ponta do pênis, chamado de prepúcio, impedindo a retração total ou parcial desta pele (Fig. 1).

Ao final do primeiro ano de vida, a suave retração do prepúcio, permitindo a completa exposição da glande é possível em cerca de metade dos meninos; com o passar dos anos ocorrerá naturalmente uma melhora progressiva, sendo possível facilmente tracionar o prepúcio em cerca de 90% dos meninos aos 4 anos de idade. Porém, a fimose ainda está presente em cerca de 8% dos meninos aos 6 anos de idade e de 1% dos jovens após os 16 anos.

Para compreender um pouco melhor esse processo, é importante conhecer melhor a anatomia peniana. O pênis é formado por duas partes principais, a haste ou corpo penianoe a glande, popularmente chamada de cabeça.  O pênis é recoberto em toda sua extensão por uma camada de pele, chamada prepúcio, cobrindo o corpo e a glande. Ao nascimento, o prepúcio está firmemente aderido à glande, condição chamada de aderência balano-prepucial. A separação  do prepúcio da glande se desenvolve pelo acúmulo de detritos epiteliais (chamado esmegma) e por ereções penianas.

Assim, progressivamente enquanto o prepúcio descola da glande, forma-se um material esbranquiçado e pegajoso, chamado de esmegma, decorrente deste processo. Às vezes, este material se deposita entre as camadas de pele do prepúcio e glande fusionados, de maneira a formar pequenas “pérolas brancas”. Não devem causar preocupação, porque não tem significado de algo mais sério, como uma infecção ou um cisto. O esmegma acumulado é apenas o resultado das células descamadas da pele, durante o processo de separação entre a glande e o prepúcio.

Quando o prepúcio se separar da glande do pênis, será possível tracionar/retrair o prepúcio e assim expor a glande. Nunca use a força para retrair o prepúcio. Isso pode provocar dor e sangramento, além de levar ao desenvolvimento de cicatrizes no prepúcio e trauma psicológico para a criança.

Causas e Sintomas da Fimose

Classificamos a fimose em dois diferentes tipos:

  • Fimose fisiológica ou primária - situação clínica comumente identificada ao nascimento, na qual o prepúcio encontra-se firmemente aderido à glande. Geralmente tem resolução espontânea, entre 4 a 6 anos de vida, sem necessidade de tratamento. Pode entretanto causar sintomas como balonamento (inchaço) do prepúcio durante as micções, infecção do prepúcio e do trato urinário, sendo então necessário tratamento.
  • Fimose patológica ou secundária - É a fimose que ocorre mais tardiamente, sendo causada por cicatrizes, infecção ou inflamação crônica do prepúcio, causada por exemplo pela Balanite esclera-atrófica (BXO). Nesta condição, geralmente é indicado tratamento cirúrgico.

O principal sintoma da fimose é aspecto do prepúcio, que não pode ser totalmente tracionado, impedindo ou dificultando a exposição total da glande. Além disso, sintomas como dor ao urinar, balonamento do prepúcio durante as micções, resíduo de urina no prepúcio, sangramento ou infecção ao redor do prepúcio - balanopostite e infecção do trato urinário.

A parafimose, é uma complicação decorrente da fimose. Trata-se de uma emergência urológica, a parafimose ocorre após a retração forçada do prepúcio, mantida a pele retraída por longo período de tempo. Causa inchaço progressivo do prepúcio devido a oclusão venosa. Isso impede a redução do prepúcio sobre a glande e pode evoluir para comprometimento do fluxo arterial e levar à necrose da glande. É importante que seja reconhecida imediatamente, porque pode resultar em gangrena e amputação da glande. A intervenção cirúrgica deve ser imediata nestes casos.

Tratamento da Fimose

A escolha de como tratar um caso de fimose depende de quais sintomas estão presentes, de qual é a idade da criança e também da preferência dos pais. Temos assim duas opções:

  • Aplicação de creme com corticóide no prepúcio
  • Postectomia

Corticoterapia tópica - é um tratamento eficaz para a maioria dos meninos com fimose. Proporcionam o relaxamento do prepúcio estreitado ao redor do pênis, facilitando a sua retração e exposição da glande. A pomada é utilizada  na área afetada duas vezes ao dia por 8 a 12 semanas. As taxas de sucesso variam entre 60% a 70% dos casos.

Postectomia - a cirurgia indicada para o tratamento da fimose é chamada de postectomia. Refere-se à remoção cirúrgica da área do prepúcio estreitada.  A cirurgia pode ser recomendada devido à falha do tratamento com pomadas de corticóides; nos casos de fimose secundária; parafimose; infecções recorrentes do trato urinário ou balanopostite grave ou recorrente.

São cirurgias rápidas, realizadas sob anestesia geral, com o emprego, em algumas circunstâncias, do uso de dispositivos específicos como por exemplo o Plastibell®, (Fig. 2) ou de técnica convencional com remoção e sutura do prepúcio e da mucosa peniana (Fig. 3). A recuperação após a cirurgia levará cerca de 3 a 4 semanas, sendo necessário cuidados locais e repouso até a completa cicatrização pós operatória (Fig 4).

Fig. 1 - Fimose.
Fonte: Phimosis

Fig. 2 - Postectomia com uso do Plastibell.
Fonte: Elder, J.S. (2007),Circumcision. BJU International, 99: 1553-1564.

Fig. 4 - Aspecto peniano no pós-operatório, durante o descolamento do Plastibell.
Fonte: Autor.

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