Enurese - Dra. Marilyse Fernandes

Enurese

A enurese é um termo médico empregado para definir a perda involuntária e intermitente da urina durante o sono, nas crianças a partir dos 5 anos, ocorrendo pelo menos uma vez ao mês por no mínimo durante três meses, sem que exista alguma anormalidade adquirida ou congênita do sistema nervoso central. Outros termos empregados para esse problema são incontinência urinária, problema miccional ou perdas urinárias.

A enurese não é um ato de afronta ou desobediência da criança diante dos pais, mas trata-se de uma incapacidade real para controlar a urina durante o sono. Como consequência, causa desconforto e estresse em toda a família, provoca na criança sentimento de medo e vergonha, além da chance de sofrer bullying, uma forma de violência manifestada por humilhação e desrespeito por parte de outras pessoas, principalmente crianças.

Causas e Sintomas da Enurese

Os principais fatores que colaboram para a ocorrência da enurese são a hiperatividade do músculo da bexiga - detrusor, baixos níveis de hormônio antidiurético - ADH ou vasopressina -  e a incapacidade para despertar durante o sono, no momento em que a bexiga estiver cheia.

A maioria das crianças adquire controle urinário até os 4 anos de idade, durante o período diurno e, até os 6 anos para o período noturno, mas em até 20% dos meninos e 17% das meninas, entre 6 a 7 anos, ainda apresentam dificuldade para controle urinário durante o sono.

Não há uma causa única mas inúmeros motivos podem associar-se, dentre eles estão:

  • Pequena capacidade de armazenamento de urina pela bexiga;
  • Dificuldade em despertar durante o sono ou até a presença de um algum distúrbio do sono - apnéia obstrutiva do sono, parassonias, síndrome pernas inquietas, etc;
  • Disfunção nos hormônios que regulam a produção noturna da urina;
  • Genética - enurese tende a ocorrer em vários membros da mesma família;
  • Atraso em adquirir capacidade de armazenar a urina - isso pode ser um fator até cerca de 5 anos;
  • Prisão de ventre, acúmulo de fezes no intestino de modo a empurrar a bexiga e causar perdas acidentais de urina;
  • Dificuldade em esvaziar totalmente a bexiga durante as micções ou para sentir que a bexiga está cheia.

Assim como, também é possível que outras condições médicas, como infecção recorrente do trato urinário - ITU, diabetes ou anemia falciforme, estejam colaborando com o quadro de enurese.

Diagnóstico e Tratamento da Enurese

Na maioria dos casos, a enurese é diagnosticada com base na análise de um histórico médico completo, juntamente com um exame físico. No entanto, os testes de diagnóstico podem ser usados ​​para determinar se há um problema médico latente. Esses testes incluem:

  • Exame de urina;
  • Urofluxometria - mede o padrão e a qualidade do fluxo urinário;
  • Ultrassom do aparelho urinário;
  • Raio-x do abdome e pelve.

Dependendo do tipo e da severidade da enurese, para tratar é indicado:

  • Reabilitação pélvica + correção dos hábitos miccionais - uroterapia;
  • Treinamento de biofeedback;
  • Programa intestinal de manejo de cólon;
  • Alarme miccional;
  • Tratamento medicamentoso - DDAVP®, anticolinérgicos,Imipramina.

Uma visita, a uma especialista no tratamento da enurese, pode ajudar a identificar qual a melhor opção de tratamento para seu(ua) filho(a). Identificar o problema mais cedo, pode ajudar a reduzir os transtornos emocionais que uma criança pode adquirir em virtude deste  problema miccional.

Quais são os efeitos de longo prazo?

A enurese tende a desaparecer espontaneamente, em  cerca de 15% das crianças acometidas, a cada ano. Portanto, com o passar da idade da criança - mesmo que você opte por não fazer nenhum tratamento - maior será a chance de que haja resolução espontânea do problema e que a criança adquira controle urinário durante o sono.

No entanto, nas crianças que têm enurese devido a um problema miccional associado pode exigir tratamento e cuidados delongados.

"O conteúdo destas informações foram revisados pela Dra Marilyse Fernandes. Destina-se apenas para fins educacionais e não deve substituir avaliação médica ou de qualquer outro profissional de saúde. Encorajamos a discussão de quaisquer dúvidas ou preocupações  com o/a médico/a de sua preferência e confiança".

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A importância da fisioterapia no manejo das disfunções da micção na infância

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Fonte: é uma imagem aberta da internet.

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