Bexiga Neurogênica e seu funcionamento! - Dra. Marilyse Fernandesdefeitos congênitos do tubo neural como os decorrentes da mielomeningocele, medula presa e disrafismo espinhal.

Outras possíveis causas podem ser trauma raquimedular ou o desenvolvimento de um tumor no sistema nervoso central.

Simultaneamente é comum apresentar dificuldade para adquirir o controle evacuatório completo.

Nesse sentido, não é raro a presença de escape fecal e ou constipação.

O escape fecal causa grande impacto afetivo e motivacional na criança com prejuízos no seu desenvolvimento global.

De maneira geral apresentam perda de autoestima, ansiedade e dependência de cuidador, havendo invariavelmente prejuízo ao convívio social.

Portanto, restabelecer a continência fecal ou viabilizar medidas que mantenham os pacientes com bexiga neurogênica artificialmente limpos é o mais importante!

Aproveite e conheça o Ambulatório de Distúrbios Evacuatórios da Faculdade de Medicina de Botucatu – SP, uma referência no manejo de cólon.

Saiba mais sobre diagnóstico e as inúmeras opções para o tratamento da bexiga neurogênica.

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Bexiga Neurogênica

Quando a criança apresenta bexiga neurogênica, estamos falando de um comprometimento neurológico que afeta o funcionamento da bexiga.

É o termo empregado quando o funcionamento anormal da bexiga é originado por algum problema neurológico.

Desta forma, ocorre por uma incapacidade na troca e coordenação das informações entre a bexiga, a medula espinhal e o sistema nervoso central (Fig 1).

Portanto o resultado pode ser, por exemplo, a perda da capacidade de contração e relaxamento da musculatura da parede da bexiga no momento certo!

Antes de mais nada, vale lembrar que nossa bexiga desempenha duas funções principais: o armazenamento e o esvaziamento da urina (Fig 2).

Então, para estas etapas acontecerem da forma correta, dependemos do funcionamento coordenado entre nervos e músculos do trato urinário.

Em suma, a capacidade da bexiga para armazenar e esvaziar a urina poderá estar comprometida nos pacientes com bexiga neurogênica.

As principais causas de bexiga neurogênica na infância são defeitos congênitos do tubo neural como os decorrentes da mielomeningocele, medula presa e disrafismo espinhal.

Outras possíveis causas podem ser trauma raquimedular ou o desenvolvimento de um tumor no sistema nervoso central.

Simultaneamente é comum apresentar dificuldade para adquirir o controle evacuatório completo.

Nesse sentido, não é raro a presença de escape fecal e ou constipação.

O escape fecal causa grande impacto afetivo e motivacional na criança com prejuízos no seu desenvolvimento global.

De maneira geral apresentam perda de autoestima, ansiedade e dependência de cuidador, havendo invariavelmente prejuízo ao convívio social.

Portanto, restabelecer a continência fecal ou viabilizar medidas que mantenham os pacientes com bexiga neurogênica artificialmente limpos é o mais importante!

Aproveite e conheça o Ambulatório de Distúrbios Evacuatórios da Faculdade de Medicina de Botucatu – SP, uma referência no manejo de cólon.

Saiba mais sobre diagnóstico e as inúmeras opções para o tratamento da bexiga neurogênica.

Causas e Sintomas da Bexiga Neurogênica

Bem como pode resultar de algum problema adquirido ao longo da infância ou adolescência.

A seguir estão algumas das causas mais comuns de bexiga neurogênica:

  • Defeitos do tubo neural como mielomeningocele e disrafismo espinhal
  • Trauma da medula espinhal
  • Tumores do sistema nervoso central
  • Tumores pélvicos
  • Encefalopatia crônica, doenças desmielinizantes, síndrome de Down.

As manifestações clínicas podem ser variadas assim como mudar com o passar do tempo.

Estão relacionadas a causa do problema neurológico, qual tecido neuronal está afetado e a presença de outras condições clinicas associadas.

Como resultado, a bexiga neurogênica na infância pode apresentar os seguintes sintomas:

O diagnóstico inicial necessita de avaliação do paciente em consulta médica além de testes complementares para que seja possível entender a amplitude do problema.

Posteriormente, durante toda a infância e adolescência, estes exames devem ser repetidos periodicamente para o acompanhamento da evolução clinica do paciente.

Os principais exames são:

  • Exames de sangue para avaliar a função renal;
  • Exame de urina para pesquisa de infecção do trato urinário;
  • Ultrassonografia do aparelho urinário;
  • Cintilografia renal DMSA;
  • Raio-x uretrocistografia miccional;
  • Ressonância magnética da coluna vertebral;
  • Estudo urodinâmico avalia o funcionamento da bexiga, identificando como é o padrão de armazenamento e esvaziamento da urina.

Tratamento da Bexiga Neurogênica

Os principais objetivos do tratamento de crianças com bexiga neurogênica é alcançarmos a melhor continência urinária possível mas acima de tudo com preservação a longo prazo do funcionamento renal.

Como resultado, a sociabilidade, autoestima positiva e a autonomia com ganho na qualidade de vida da criança serão favorecidos.

Além da equipe médica, é fundamental o suporte de equipe multidisciplinar, com enfermagem, fisioterapia e psicologia, trabalhando em parceria com o paciente e sua família em cada uma das etapas terapêuticas.

Cateterismo intermitente limpo (CIL) - Trata-se da passagem de um fino cateter pela uretra até a bexiga da criança, possibilitando o completo esvaziamento da urina.

Muitas vezes é a primeira medida indicada no tratamento de bexiga neurogênica, inclusive logo após o nascimento.

É um procedimento simples realizado pelos próprios familiares da criança, algumas vezes durante o dia.

Dessa forma, após receber treinamento por uma equipe de enfermagem especializada, estarão aptos a realizar este procedimento.

O esvaziamento rotineiro da bexiga produz importantes benefícios como:

  • redução do risco de infecção do trato urinário;
  • controle da dilatação do trato urinário superior;
  • proteção da bexiga e melhora da incontinência.

Para saber mais acesse http://www.doutorbexiga.com.br. Projeto super interessante da Universidade Estadual Paulista - Unesp, coordenado pela Profa. Dra. Maria Andreia Garcia de Ávila, com atividades de pesquisas realizadas pelo Prof. Dr. João Luiz Amaro entre outros profissionais referência no assunto. O site traz dicas e vídeos aos pais e crianças.

Saiba mais sobre cateterismo vesical intermitente nos meninos e meninas!

Drenagem vesical durante a noite - algumas crianças precisam permanecer com um cateter na bexiga, enquanto dormem, para drenar continuamente a urina.

Isso pode reduzir a frequência das infecções do trato urinário, melhorar a dilatação dos rins e a continência urinária.

A drenagem noturna em conjunto com o cateterismo intermitente limpo, durante o dia, pode manter as propriedades de armazenamento da bexiga.

Antibioticoterapia profilática - consiste no uso diário de antibiótico, porém em uma dose menor que a habitual.

Pode ser recomendado quando a criança apresentar dificuldade ou incapacidade para esvaziar a bexiga, presença de refluxo vesicoureteral - RVU - ou em qualquer outra condição que coloque a criança em risco de desenvolver uma infecção do trato urinário.

Medicamentos anticolinérgicos - importante classe de substâncias, como por exemplo a Oxibutinina,Tolterodina, Solifenacina, Darifenacina, que atuam no relaxamento da musculatura lisa da bexiga, evitam a contração inadequada e assim aumentam a capacidade de armazenamento da urina.

Tratamento endoscópico com toxina botulínica (Fig 3) - é um método alternativo, minimamente invasivo, empregado no tratamento de crianças com bexiga neurogênica com hiperatividade detrusora, nos seguintes casos:

  • falha na resposta com o tratamento medicamentoso,
  • presença de efeitos colaterais com o uso dos anticolinérgicos
  • falta de consentimento dos pais para o tratamento cirúrgico, seja na vesicostomia ou em uma ampliação vesical.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Uma cirurgia poderá ser indicada nos pacientes cuja incontinência não foi controlada por meio de medidas anteriores.

Vesicostomia - é um procedimento cirúrgico, no qual criamos uma pequena abertura na bexiga, através da parede abdominal, localizada próximo ao púbis. Dessa forma permitirá a ampla e contínua drenagem da urina. O aspecto final será parecido com uma pequena fenda, circundada por um tecido macio e róseo.

A vesicostomia é uma opção temporária e pode ser revertida a qualquer momento.

Ampliação vesical - com o emprego de segmentos do intestino delgado, conseguimos aumentar o tamanho da bexiga, promovendo assim um acréscimo na sua capacidade e a queda da pressão no seu interior.

Conduto apendicovesical - Mitrofanoff (Fig 4) - É a criação de uma discreta abertura continente - chamada de ostomia ou estomia - fornecendo acesso rápido e prático para o esvaziamento da bexiga.

Geralmente, utilizamos o apêndice cecal ou um pequeno segmento do intestino delgado, para construir este conduto cateterizável e assim comunicar a bexiga com a pele da parede abdominal. Sendo o procedimento possível de ser realizado com o auxílio robótico (Vídeo 1).

Essa técnica permite que as crianças escolares e os adolescentes, de maneira independente, utilizem um cateter através deste conduto, para esvaziar a bexiga, proporcionando assim aumento da auto-estima e da privacidade, com ganhos na qualidade de vida destes pacientes.

Este procedimento, geralmente é realizado de maneira associada, quando for necessário, a outros procedimentos cirúrgicos, como por exemplo, ampliação da capacidade da bexiga; reconstrução do colo vesical; colocação de sling fascial ou de esfíncter urinário artificial.

Técnica de Malone - (MACE) - é a abertura criada usando o apêndice cecal ou pequeno segmento do intestino delgado, conectando o cólon à pele abdominal.

Dessa forma, este  procedimento permite aos pacientes com incontinência fecal, fazer a lavagem intestinal anterógrada diretamente no cólon ou seja de cima para baixo, facilitando assim a limpeza e o esvaziamento das fezes.

Cecostomia tubada - é um pequeno tubo de silicone fixado no intestino grosso (ceco),através da parede abdominal.

Este procedimento permite que as crianças com incontinência fecal, apliquem os fluidos diretamente no cólon, promovendo a eliminação  das fezes.

Geralmente empregado temporariamente, até que o paciente e família, sintam-se encorajados a realização do MACE.

"O conteúdo destas informações foram revisados pela Dra Marilyse Fernandes. Destina-se apenas para fins educacionais e não deve substituir avaliação médica ou de qualquer outro profissional de saúde. Encorajamos a discussão de quaisquer dúvidas ou preocupações  com o/a médico/a de sua preferência e confiança".

bexiga neurogênica

Fig 1 - Controle neural da micção

Fonte:gu_micturition_pt.gif

Fig 2 - Fisiologia da micção

Fonte:Anatomia em foco

Fig 3 - Tratamento endoscópico de Bexiga Hiperativa

Fonte:Surgical Atlas Botulinum toxin injections into the detrusor.pdf

Fig 4 - Mitrofanoff - Esvaziamento da Bexiga

Fonte:https://en.wikipedia.org/wiki/Mitrofanoff_procedure

Video 1 - Mitrofanoff realizado por cirurgia robótica, Rosen et al. 2013

Fonte:Robot-assisted Laparoscopic Mitrofanoff Appendicovesicostomy Technique and Outcomes

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