Duplicidade Ureteral - Dra. Marilyse Fernandes - Saiba causas e tratamento!RVU – é o retorno da urina da bexiga para o ureter ou rim;
  • Ectopia ureteral ou ureter ectópico – é o termo empregado quando o ureter terminal ao invés de inserir-se dentro da bexiga, está localizado em outras posições, como na uretra ou vagina (Fig 2);
  • Ureterocele – é uma dilatação cística ou tumefação da porção final do ureter contido na parede da bexiga, promovendo bloqueio a passagem da urina para dentro da bexiga (Fig 3 e 4).
  • A duplicidade ureteral faz parte das malformações  congênitas dos rins e do trato urinário – CAKUT. Um grande e variado grupo de doenças que correspondem às mais comuns anomalias detectadas no feto e no recém nascido.  Estas alterações estão relacionadas a elevado número de genes e diferentes tipos de mutações, manifestando-se com amplo espectro de quadros clínicos.

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    Duplicidade Ureteral

    Quando a criança tem duplicidade ureteral – ou seja, ela apresenta o sistema coletor duplicado.  Significa que existem dois ureteres provenientes de um único rim para levar a urina até a bexiga.

    Antes de mais nada, devemos esclarecer que no aparelho urinário, cada rim está conectado a um ureter, um tubo que drena a urina para a bexiga.

    Apesar disso, a simples presença da duplicação do sistema coletor não é motivo para preocupação! Sendo então considerada uma variante da normalidade.

    Bem como é identificada com razoável frequência em crianças saudáveis e assintomáticas. Em outras palavras, ocorre em cerca de 1% da população, e na maioria não causa problemas médicos e não requer tratamento.

    Nesse sentido, a duplicação dos ureteres pode ter variadas formas de manifestação (Fig 1):

    • Os dois ureteres drenam a urina para dentro da bexiga mas separadamente;
    • A parte distal dos ureteres estão fusionados e drenam a urina por meio de um único ureter para a bexiga;
    • Um ureter drena para a bexiga e o outro drena fora da bexiga, como por exemplo para a uretra, vesícula seminal, vagina ou vulva;
    • A duplicação do sistema coletor pode ocorrer em um ou em ambos os rins.

    Dessa forma, algumas anormalidades podem causar sintomas e consequências para o trato urinário. Como resultado, a duplicidade ureteral pode associar-se a outros problemas, por exemplo:

    • Refluxo vesicoureteral – RVUé o retorno da urina da bexiga para o ureter ou rim;
    • Ectopia ureteral ou ureter ectópico – é o termo empregado quando o ureter terminal ao invés de inserir-se dentro da bexiga, está localizado em outras posições, como na uretra ou vagina (Fig 2);
    • Ureterocele – é uma dilatação cística ou tumefação da porção final do ureter contido na parede da bexiga, promovendo bloqueio a passagem da urina para dentro da bexiga (Fig 3 e 4).

    A duplicidade ureteral faz parte das malformações  congênitas dos rins e do trato urinário – CAKUT. Um grande e variado grupo de doenças que correspondem às mais comuns anomalias detectadas no feto e no recém nascido.  Estas alterações estão relacionadas a elevado número de genes e diferentes tipos de mutações, manifestando-se com amplo espectro de quadros clínicos.

    Causas e Sintomas da Duplicidade Ureteral

    Na maioria das vezes, a duplicidade ureteral não causa sintomas ou produz consequências para o trato urinário. Dessa forma, o diagnóstico é feito de modo incidental ao realizar exames de imagem indicados por qualquer outro motivo.

    Em contrapartida, nos casos duplicidade ureteral associados a refluxo vesicoureteral ou ureterocele, muitas vezes o diagnóstico será feito no ultrassom gestacional ao identificar dilatação da pelve renal e do ureter, chamada de hidronefrose e megaureter, respectivamente.

    Do mesmo modo, a duplicação do sistema coletor pode resultar na perda da função de uma parte do rim acometido, devido a presença de obstrução ureteral, como pode ocorrer por exemplo na ureterocele ou por infecção urinária de repetição muitas vezes associada ao RVU.

    Assim também, os sintomas decorrentes da duplicidade ureteral surgem conforme o tipo de alteração anatômica existente, então quadros de infecção do trato urinário de repetição, dificuldade para urinar e incontinência urinária podem significar a presença desta condição clínica.

    Tratamento da Duplicidade Ureteral

    O tratamento será baseado na forma da apresentação clínica da condição e suas consequências para o trato urinário. Dentre as opções terapêuticas, destacam-se:

    • Uretero-ureteroanastomose (robótica, laparoscópica ou aberta)
    • Nefrectomia parcial  (robótica, laparoscopia ou aberta)
    • Punção endoscópica da ureterocele (Fig 5)
    • Tratamento endoscópico do RVU
    • Reimplante ureteral (robótico, laparoscópico ou aberta)
    • Clipagem ureteral laparoscópica

    Portanto, os cuidados necessários e o tempo para a recuperação pos-operatória serão diferentes de acordo com a forma de correção escolhida.

    Sendo assim, por exemplo, as crianças submetidas a punção endoscópica da ureterocele e ao tratamento endoscópio de refluxo vesicoureteral, receberão alta no mesmo dia da cirurgia. Também não necessitarão do uso e sondas ou cateteres ureterais.

    Por outro lado, procedimentos como uretero-ureteroanastomose, nefrectomia parcial ou reimplante ureteral, exigem maior tempo de internação após a cirurgia e uso frequente de cateteres ureterais ou sonda na bexiga durante vários dias ou semanas.

    "O conteúdo destas informações foram revisados pela Dra Marilyse Fernandes. Destina-se apenas para fins educacionais e não deve substituir avaliação médica ou de qualquer outro profissional de saúde. Encorajamos a discussão de quaisquer dúvidas ou preocupações  com o/a médico/a de sua preferência e confiança".

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    Fig 1: Representação esquemática das formas de duplicidade ureteral

    Fonte: https://radiologykey.com/ureters-bladder-and-urethra/

    Fig 2 - Duplicidade com ectopia ureteral

    Fonte: Ectopic ureter duplex

    Fig 3 - Duplicidade com ureterocele obstrutiva

    Fonte: https://doi.org/10.1016/j.ucl.2014.09.006

    Fig 4 - Duplicidade ureteral com ureterocele intravesical (tópica e com ureterocele ectópica)

    Fonte: https://somepomed.org/articulos/contents/mobipreview.htm?32/50/33572

    Fig 5 - Punção endoscópica da ureterocele

    Fonte:Youtube

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